“Mãe, ele meche comigo”. Um bilhete de uma linha. Um pedido de socorro que foi ouvido.Uma menina de apenas 11 anos, deixou esse bilhete para a mãe.
O nome desfocado é de seu padrasto. A mãe da menina já vinha notando o comportamento estranho da filha, e o bilhete foi a prova que precisava. A mãe fingiu sair para trabalhar, se escondeu num cômodo da casa e esperou o momento de agir, conseguir o flagrante, e prender um abusador. Muito sangue frio, muita coragem, e o mais importante: ela ouviu a filha, e a ajudou.
O homem, de 36 anos, foi preso em flagrante por suspeita de estupro de vulnerável em Praia Grande, no litoral de São Paulo nesta quarta-feira (15). Ele ainda tentou negar o crime, mesmo estando no quarto com a criança, só de cuecas.
Segundo o delegado assistente da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Praia Grande, Alex Mendonça do Nascimento, a mãe relatou que começou a suspeitar do comportamento da menina há alguns meses e, após ler o que a filha escreveu na noite da última terça-feira (14), decidiu se esconder dentro da própria residência para ver o que acontecia.
De acordo com o relato da mãe da criança à polícia, na manhã desta quarta-feira, ela disse ao marido que iria trabalhar, mas se escondeu em casa. Ela relatou que permaneceu escondida, e posteriormente o padrasto colocou a enteada, utilizando a força, dentro de um quarto.
A mãe relatou aos policiais que a filha tinha mudado o comportamento há um tempo. A mulher explicou que a menina pedia constantemente para trabalhar com ela, como forma de tentar evitar ficar em casa com o padrasto. Essa mudança e o bilhete foram essenciais para que a mãe conseguisse perceber o que estava acontecendo.
De acordo com informações da Polícia Civil, a menina passou pelo Instituto Médico Legal (IML), onde foi constatado que ela tem lesões de abusos que aconteceram anteriormente. “Quer dizer que a situação vem ocorrendo há algum tempo”, reitera o delegado.
O caso foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher de Praia Grande como estupro de vulnerável, e representado pela prisão preventiva do suspeito. O caso será investigado pela polícia.
A mensagem aqui é a mais clara possível: preste atenção em mudanças bruscas de comportamento de crianças. Ouça o que elas têm a dizer, apoie, denuncie, não seja cúmplice nem conivente.
O Disque 100 é gratuito e funciona 24 horas por dia, inclusive em feriados e nos finais de semana.
Aqui na Paraíba, o número para denúncia é o 123, e em João Pessoa, 156.
Neste link, você encontra os números de todos os Conselhos Tutelares em João Pessoa.
Taty Valéria, com informações do G1/Santos