Estamos todas aqui para evoluir e aprender. Enquanto seres em constante evolução (pelo menos em tese), estamos sempre abertas a mudar nossos conceitos.
Seja nas nossas expressões cotidianas, ou na forma que fomos educadas e criadas, há o espaço para o aprendizado. Não custa tentar ser empática e aceitar que sim, o mundo está mudando e isso é motivo de celebração.
Hoje é Dia da Mulher Negra, e tentando nos colocar como partícipes dessa luta, localizamos alguns termos devem ser evitados e substituídos. Porque não há mais liberdade poética, deboche ou piada que os justifiquem:
1. Mulata
O substantivo vem de “mula”, animal derivado do cruzamento de um burro com uma égua. Era como as filhas bastardas de homens brancos, geralmente Senhores do Engenho, com mulheres negras, geralmente escravas, eram chamadas. Sobretudo, é um termo racista.
2. Denegrir
Segundo o dicionário Michaelis, a definição de denegrir é ficar ou fazer ficar escuro, ou manchar a reputação. O termo é ofensivo porque atribui um caráter negativo a algo que seja negro. Você pode substituí-la por sinônimos como difamar ou caluniar.
3. Da cor do pecado
A expressão é usada erroneamente como elogio, principalmente por pessoas brancas. O termo propaga a ideia da época da escravidão de que o corpo negro é sensual e sexualizado, e atribui essa cor de pele a algo pecaminoso (pois eram com as escravas que os Senhores de Engenho se divertiam na cama; mulher negra serve para diversão, só para o Carnaval).
4. Serviço de preto
A expressão é utilizada com a intenção de diminuir uma atividade realizada e é preconceituosa por desqualificar o trabalho e a competência de pessoas negras.
5. Inveja branca
A expressão é associada a uma inveja boa, que não deseja o mal, reforçando a ideia da cor branca como positiva e da preta como negativa.
6. Criado-mudo
O termo usado para nomear o móvel que fica ao lado da cama surgiu de uma das tarefas que os escravos eram obrigados a realizar: segurar objetos para os seus senhores. Por serem proibidos de falar e conversar, eram chamados de mudos. Substitua urgentemente por mesinha de cabeceira.
7. Samba do crioulo doido
O Samba do Crioulo Doido, escrito pelo compositor Sérgio Porto, conhecido por Stanislaw Ponte Preta, na época da Ditadura, é um clássico da música popular brasileira. Apesar de histórica, a canção eternizou uma expressão que é racista por não só estereotipar os negros, como descriminá-los. Troque ela por palavras como “estardalhaço”, “alvoroço”, etc.
8. Pé na cozinha
Durante a escravidão, as mulheres negras que trabalham dentro da Casa Grande podiam ficar apenas na cozinha, sendo proibida a circulação delas por outros cômodos. Foi daí que surgiu essa expressão: da privação da liberdade de escravas e da segregação de mulheres negras. Não quer dizer que você é o mestre-cuca do rolê. Cuidado!
9. A coisa está preta
Quer dizer que a coisa está ruim, perigosa, complicada – porque, afinal, está preta, e nada que é preto pode ser bom. É uma expressão racista para nunca mais usar.
da redação, com portal Geledés