Enquanto Bolsonaro ignora a ciência pra condenar as máscaras, cientistas alertam para eficácia do uso

By 21 de agosto de 2020Brasil

 

a máscara não serve para quem usa desse jeito

É consenso na comunidade científica e médica, que o uso das máscaras assim como o uso do álcool e gel e o distanciamento social são fundamentais para evitar uma maior propagação do coronavírus. Também é consenso que o presidente Jair Bolsonaro tem feito um desserviço gigantesco ao negar a ciência e os dados médicos, sendo co responsável pela morte de mais de 112 brasileiros. Não bastasse indicar um medicamento sem comprovação de cura e menosprezar os efeitos da pandemia, o presidente afirmou na última quarta-feira (19), que “eficácia da máscara é quase nenhuma.” O que não tem eficácia nenhuma é o seu governo, mas disso nós já sabemos.

Ao contrário do prega o presidente, a máscara tem sim eficácia para evitar a contaminação e a transmissão do vírus, e tem mais: ainda não tem data para deixar de ser adotada. É o que afirma o infectologista do Hospital do Hapvida em João Pessoa, Fernando Chagas. O especialista acredita que as máscaras vieram para ficar por um bom tempo e, provavelmente, o uso será por um período que corresponde à boa parte da população estar imunizado por ter contraído a doença ou por terem recebido a dose da vacina.

Ele lembra que usar máscara é ainda uma das medidas mais eficazes para não contrair o vírus e também para não passá-lo adiante, principalmente nos casos assintomáticos. “Para quem não usa a máscara, no mínimo, está dobrando as possibilidades de contrair. Já para os que não apresentam sintomas e não utilizam a máscara a possibilidade de transmitir para outra pessoa é de quase 100%”, alerta.

Até a imunização – Fernando Chagas destaca que só após parte das pessoas estarem imunizadas é que não haverá mais a necessidade das máscaras. “Com a vinda da vacina as pessoas serão imunizadas e uma vez criado imunidade, pelo menos uma parcela significativa delas, não necessitará mais o uso das máscaras”, reflete o médico que diz acreditar que a utilização das máscaras será algo que tende a ficar na cultura da população.

“Em uma situação na qual isso se repita é possível utilizar as medidas de controle, higiene e distanciamento muito mais facilmente do que nesse primeiro momento. Espero que a gente nunca mais precise passar por isso, mas se passar por algo, pelo menos parecido, a população vai se lembrar do ocorrido agora e lançar mão dessas medidas”, explica.

Lições – O infectologista afirma que apesar da dificuldade que muitas pessoas têm para usar as máscaras, acredita que as medidas de higiene vão ficar. “Quando as pessoas estiverem resfriadas, com gripe, vão lembrar de usar máscara, lavar as mãos e isso pode refletir na diminuição de outras doenças respiratórias. De repente os surtos que nós temos em determinados períodos do ano podem diminuir bastante se a população lembrar do que estamos passando agora e passar a adotar essas medidas para qualquer quadro gripal”, destaca.

Ele ressalta ainda que é importante reforçar a necessidade do uso da máscara porque a pandemia não acabou. “Uma quantidade expressiva da população ainda não adquiriu o vírus. Então estamos falando de uma quantidade muito grande de pessoas vulneráveis que podem adquirir se agora relaxarem, se todos relaxarem muita gente estará exposta ao vírus e é possível aí ter um pico novo de casos. Portanto, tem que se manter o uso da máscara até que maior parte da população realmente esteja imunizada”, sentencia.

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