Um grupo de sete juristas criou, nesta semana, o movimento #MeTooBrasil — o nome significa “eu também”, em português, e foi emprestado do movimento homônimo que nasceu há três anos, nos Estados Unidos, para denunciar episódios de assédio e violência sexual em Hollywood.
A advogada Isabela Del Monde, uma das fundadoras, disse a Universa que a versão nacional do #MeToo nasce da mesma forma que fora do país: na esteira de denúncias na indústria audiovisual brasileira. Em reportagem do site The Intercept Brasil publicada na sexta-feira (28), 18 mulheres disseram ter sido abusadas sexualmente pelo produtor de cinema e curador de festivais internacionais Gustavo Beck.
No site do #MeTooBrasil, divulgado à imprensa ontem, o grupo promete prover “apoio jurídico, psicológico e socioassistencial” às vítimas e encaminhar suas denúncias aos órgãos competentes. “[O site] traz a possibilidade das vítimas contarem suas histórias simplesmente com a intenção de desabafar, de terceiros ajudarem mulheres que sofreram violências e, principalmente, de levar essas denúncias para as autoridades”, explicou a advogada.
Luciana Terra, que também é advogada e fundadora do #MeTooBrasil, disse que, apesar de o movimento ter nascido a partir das denúncias no universo do cinema, “a plataforma foi criada para dar visibilidade e amplificar a voz de mulheres e e meninas vítimas de violência, seja no ambiente corporativo, seja por líderes religiosos, autoridades, familiares ou qualquer outra forma de abuso sexual”.
No site, é possível selecionar as opções “preciso de ajuda”, para fazer uma denúncia de violência e solicitar atendimento, e “quero ajudar”, onde profissionais como médicos, psicólogos, assistentes sociais e advogados podem se cadastrar como voluntários para atender as vítimas.
Luciana Terra explica que a iniciativa conta com mais de 3,5 mil voluntárias, atuantes nas áreas citadas acima, e previamente inscritas por meio do Projeto Justiceiras, parceiro do movimento #MeTooBrasil. A ideia, agora, é ampliar essa rede. O #MeTooBrasil é coordenado pelas advogadas Isabela Guimarães Del Monde, Gabriela Souza, Marina Ganzarolli e Luanda Pires, em parceria com o Projeto Justiceiras, fundado pela Promotora de Justiça Gabriela Manssur e pelas advogadas Luciana Terra e Anne Willians. A iniciativa tem apoio da Conamp (Associação Nacional dos Membros do Ministério Público) e da agência Mega Models.
da redação, com Universa