O dia do sexo, que acontece neste domingo, vai ser “comemorado” bem no meio de uma pandemia. Pra quem ainda está cumprindo o isolamento social, a distância dos e das crushs, o dia pode parecer estranho, mas não precisa cair na tristeza e no tédio por conta disso.
Mylena Costa*, passou cinco meses sem manter contato físico com o namorado. Mylena mora com a mãe, que é grupo de risco por ser idosa, hipertensa e diabética, e preferiu não arriscar a saúde da família para ver o parceiro.
“Fiquei muito assustada e conversei com ele, que aceitou imediatamente. Não quis ser responsável por trazer doença para minha mãe. Já estava saindo para trabalhar, mas não tinha opção, então quis diminuir os riscos”, comenta Mylena.
De acordo com a psicóloga e sexóloga clínica Claudia Meireles, os casais que estão passando a quarentena longe podem utilizar diversos recursos para minimizar os efeitos da falta de relações sexuais, e cada um vai eleger o melhor e mais conveniente.
“Uma das coisas bem saudáveis é aproveitar o distanciamento para namorar sem obrigatoriedade de coito, penetração. Ou seja, levar essa relação com cuidados mútuos. Aproveitar para conversar eroticamente, brincar, tornar a relação leve”, explica a especialista.
Claudia destaca que o casal deve decidir como vão acontecer as práticas sexuais, de forma civilizada e em comum acordo, como ambos aceitarem um encontro erótico virtual.
Masturbação
Nas redes sociais, diversas pessoas fazem piada com a situação da pandemia, alegando que estão se masturbando ainda mais neste período.
Para Mylena, que ficou longe do namorado entre março e julho deste ano, a masturbação foi o único caminho possível para conter a abstinência sexual causada pela distância.
“Apelamos para o que todo mundo faz: a masturbação. Não tivemos sexo virtual nem nada disso”, diz.
Para a sexóloga clínica, a masturbação é um processo que possibilita o autoconhecimento e descarrega a tensão sexual, sendo considerada uma ação saudável para qualquer pessoa, independente do gênero.
“Vale ressaltar que muitos casais, durante o ato sexual, se masturbam na frente do parceiro/parceira. Ninguém é obrigado a se masturbar, mas seria bastante saudável se cada um conhecesse e pudesse dizer ao parceiro(a) como e onde gosta de ser tocado”, pontua Claudia.
Entretanto, a sexóloga acrescenta que, quando a masturbação torna a pessoa disfuncional, é necessário buscar ajuda profissional.
“A pessoa se masturba tanto ao ponto de se prejudicar nas tarefas do trabalho, não estuda, não sai de casa, para se masturbar o tempo todo. Tudo que é compulsivo é prejudicial, inclusive a masturbação”.
De forma equilibrada e saudável, Mylena dá um conselho para quem não pode transar neste momento de pandemia: “Vá se masturbar. Do nada, você fica sem poder transar, então é a única forma de ficar mais equilibrado neste período”.
Relação doentia
Segundo a sexóloga Claudia Meireles, não é especificamente a falta de relações sexuais que pode prejudicar um relacionamento, mas o contrário.
“A relação sexual é um dos aspectos importantes de um relacionamento e, se os demais aspectos não estão saudáveis, a sexualidade também estará adoecida”, relata.
Claudia destaca que, antes de creditar à pandemia o adoecimento do relacionamento sexual, é importante analisar como era a intimidade, a cumplicidade, a harmonia do casal e os encontros sexuais antes da Covid-19.
“Relacionamentos frágeis e adoecidos antes da pandemia tendem a se agravar. Ao analisar o antes e o depois, percebe-se que o que deteriora a relação não é a pandemia ou qualquer outro evento que obrigue à uma convivência mais próxima. A pandemia apenas está fazendo com que as pessoas, obrigatoriamente, confrontem algumas situações que antes eram minimizadas, evitadas, negligenciadas”, explana Claudia.
Com um relacionamento saudável, Mylena conta que a falta de sexo não afetou o namoro, mas o tempo sem relações fez com que o reencontro fosse ainda mais ‘picante’. “A gente quase derruba as paredes do apartamento”, brinca, ao relatar a primeira relação após o distanciamento provocado pela pandemia.
Dicas para apimentar a relação
Com o distanciamento social, os casais têm que inovar para manter as relações sexuais. De acordo com a diretora do Eva Sex Shop, Eveline Santos, o melhor ingrediente do sexo, seja estando próximo ou afastado, é a imaginação. “Nesse momento em que muitos casais estão distantes, a capacidade de fantasiar é ainda mais importante”, alega.
Para aflorar a fantasia, Eveline recomenda a utilização de masturbadores, tanto para mulheres quanto para homens.
“Os masturbadores realísticos feitos em cyber skin são uma ótima opção, porque se aproximam do toque real da pele e dos órgãos genitais, enquanto os vibradores podem ser super versáteis, com formas anatômicas e cada vez mais tecnológicos para trazer prazer ao extremo”, explica.
Eveline também recomenda a utilização de estímulos visuais e auditivos, como fotos picantes consentidas ou mensagens de voz instigantes, além da possibilidade de apostar em excitantes e potencializadores de orgasmos.
“Eles [excitantes e potencializadores de orgasmos] são desenvolvidos pra que homens e mulheres tenham mais sensibilidade e aproveitem ainda mais o momento, seja a dois ou sozinho. Podem ser associados aos masturbadores, assim como os lubrificantes”.
da redação, com informações do Jornal A Tarde