Quarentena impulsiona transfobia e assassinatos de trans registram um aumento de 70% em 2020

By 8 de setembro de 2020Fora do Armário, Machismo mata

O Brasil chega a 129 assassinatos de pessoas trans nos oito primeiros meses de 2020, com aumento de 70% em relação ao mesmo período do ano passado, e com mais assassinatos que em 2019 inteiro:  124 assassinatos.

O levantamento foi realizado pela Antra – Associação Nacional de Travestis e Transexuais, que desde 2017, apresenta dados relativos à esse crime.

Os assassinatos de pessoas trans apresentam o quarto aumento consecutivo em 2020. De acordo com o relatório, isso se deve à falta de ações do estado “que segue ignorando esses índices e não implementou nenhuma medida de proteção junto a população LGBTI+”.

Até o dia 31/08/2020, todas as 129 pessoas assassinadas eram do gênero feminino, sejam travestis ou mulheres trans.

O relatório também faz referência à pandemia da covid-19, que agravou ainda mais as desigualdades que já existiam. “A vida das pessoas
trans, principalmente as travestis e mulheres transexuais trabalhadoras sexuais, que seguem exercendo seu trabalho nas ruas tem sido diretamente afetadas”, diz a publicação.

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Sobre a violência doméstica, houve um aumento de 45% no primeiro semestre, “muito em função de as pessoas terem que ficar em quarentena junto de seus algozes e alguns familiares”.

O ano de 2020 segue com o maior número de casos nos últimos quatro anos. Superando 2017, ano em que o Brasil apresentou o maior índice de assassinatos de sua história de acordo com o Altas da violência e anuário da segurança pública.

Os cinco estados com mais mortes de pessoas trans entre 1 de janeiro e 31 de agosto de 2020 são: São Paulo com 19 casos, Bahia e Minas Gerais com 16, Ceará com 15 e Rio de Janeiro com 7 assassinatos. Esses mesmos estados figuram entre os que mais assassinam pessoas trans desde 2017, quando o levantamento foi iniciado. Vale ressaltar que a soma dos casos desses 5 estados juntos, representam 56% de todos os assassinatos em 2020.

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