Uma estudante de 24 anos do curso de medicina veterinária em Cuiabá buscava um estágio quando cadastrou seu currículo em uma empresa de agronegócio da região. Na semana passada, a resposta de um funcionário por email foi clara: o setor técnico da empresa não contrata mulheres. O e-mail que a universitária recebeu dizia que a empresa “segue a política de não contratar mulheres para o departamento técnico. Infelizmente não posso te ajudar”, assinou um supervisor comercial.
O cadastro no site foi feito em julho desse ano, mas o caso veio à tona na sexta, quando uma amiga da estudante publicou a resposta numa rede social. A publicação viralizou em poucas horas até sábado contava com 33 mil curtidas e quase 4.000 compartilhamentos. Vários profissionais da área repudiaram a postura da empresa e avaliaram a resposta como “atitude machista”.
A jovem, que preferiu não ser identificada, afirma que ficou com medo de denunciar o caso. “Eu não esperava essa resposta. Cheguei a comentar com meu namorado, mas não quis denunciar por medo de me prejudicar, porque eu precisava arrumar outro estágio, mas até hoje não consegui nada”, disse ela à reportagem.
Um outro e-mail foi enviado à estudante, depois da exposição do caso, pelo mesmo funcionário. Ele afirma que teria cometido “um equívoco de não ter sido claro” no e-mail anterior. A universitária ficou constrangida como a situação. “A gente não espera uma resposta como essa. Chegaram a dizer que eu tinha adulterado o e-mail. Lamentável tudo isso”, contou.
No Instagram da empresa, o autor do e-mail pediu desculpas. “Foi uma resposta totalmente equivocada, muito mal expressa e infeliz. Eu não tenho conhecimento e nem autonomia para admitir ou demitir”, afirmou. Universa entrou em contato com um dos responsáveis pela empresa, em Cuiabá. O representante não quis ser identificado, mas lamentou a situação e informou que foi aberta uma investigação interna para entender o motivo da postura do colaborador. Segundo ele, o funcionário foi afastado até que o caso seja esclarecido e eventuais novas medidas sejam adotadas.
O grupo empresarial emitiu uma nota repudiando o ato. “Repudiamos qualquer tipo de discriminação e salientamos que nossa diretoria é responsável por oito pessoas, sendo que quatro são mulheres. Dentro do nosso quadro de funcionários, tanto no setor administrativo, quanto no departamento técnico, 41% são mulheres”, justificou.
do site Universa