A partir do próximo dia 10 de outubro (sábado), mulheres de todo país participam de três dias de rodas de conversa, saraus, mesas, entre outras iniciativas do I Encontro Nacional Virtual do Mulherio das Letras, organizado pelo Mulherio das Letras do Rio Grande do Sul.
Antecedem o encontro várias oficinas, todas com turmas completas e listas de espera desde os primeiros dias de divulgação interna, nos grupos do movimento em redes sociais. Toda a programação principal será transmitida pela página pública do Mulherio das Letras no Facebook – parte dela, também no canal do YouTube do Mulherio/ RS. A participação ativa nas salas é reservada às mulheres, mediante inscrição prévia.
Nesta sua primeira edição em plataformas virtuais, quatro escritoras gaúchas foram escolhidas pelo grupo do RS como mulherageadas: Maria Helena Vargas da Silveira (1940-2009), Lara de Lemos (1923-2010), Lilian Rocha e Eliane Brum. As mulheragens a autoras são tradicionais desde 2017, quando o I Encontro do Mulherio das Letras foi realizado em João Pessoa, na Paraíba. Outra marca registrada são as rodas de conversa: debates sem coordenadoras, sem monopólio da fala, com microfone aberto. Cada roda tem uma mediadora, a quem cabe apenas dar avisos, organizar o encontro e garantir a distribuição do tempo entre as que se inscrevem para falar. Outra mulher anota sugestões de ações e atividades, ideias, conclusões, para serem levadas à roda final, na noite do encerramento. Assim como as mulherageadas, os temas das rodas também foram escolhidos em enquete, mas no grupo nacional do Mulherio no Facebook, que hoje reúne mais de 7 mil mulheres ligadas à cadeia criativa e produtiva do livro em todo país, algumas no exterior.
MENINOS SÓ OUVEM
Movimento feminista que reúne escritoras, editoras, ilustradoras, professoras, pesquisadoras e livreiras, entre outras mulheres ligadas à cadeia criativa e produtiva do livro no Brasil e no exterior, o Mulherio das Letras luta por sua visibilidade, questionando e ampliando a participação no setor. A ideia surgiu em julho de 2016, em reunião informal das escritoras Maria Valéria Rezende, Ana Maria Gonçalves e Conceição Evaristo, durante a Feira Literária de Parati (Flip). Maria Valéria, aclamada pela maioria como a fundadora do Mulherio, prefere considerá-lo uma construção coletiva, mas foi ela quem partiu para a ação: no início de 2017, criou o grupo nacional no Facebook e uma
comissão para organizar o primeiro encontro em João Pessoa, além de chamar mulheres de diferentes estados para se organizarem em grupos regionais. O Mulherio das Letras/ RS foi um dos primeiros grupos a se reunir e, desde então, é um dos mais atuantes.
Bahia, Baixada Santista, Brasília, Ceará, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Sul do Rio, São Paulo, Amazonas têm coletivos organizados, assim como Portugal, França e Estados Unidos.
Nos grupos nacional e regionais do Facebook, apenas mulheres são aceitas; nos encontros, homens são admitidos como ouvintes. O de João Pessoa, em 2017, celebrou a escritora maranhense Maria Firmina dos Reis. Em 2018, no Guarujá, o destaque foi a escritora Patrícia Galvão, a Pagu, e no ano passado, em Natal, Nísia Floresta.
Acompanhe a programação completa pela página oficial https://www.facebook.com/mulheriodasletras/