A revoltante história de um menino que teve sua cadela assassinada a tiros em pleno Dia das Crianças

By 14 de outubro de 2020Vá se tratar

Belinha

Dia das Crianças. Um menino vai ao mercadinho do bairro onde mora, fazer compras à pedido dos pais. Sua companheira, a cadela vira-lata Belinha, A criança, de 13 anos, entra no mercado e Belinha fica esperando na calçada. O dono do mercado não gosta, e atira nela. Om menino escuta o tiro, corre pra calçada, e vê sua amiga toda suja de sangue. Corre com ela nos braços, em busca de socorro. Belinha não resistiu.

O caso aconteceu em Sapucaia do Sul, no RS. O dono do estabelecimento, que não teve o nome divulgado, foi preso.

O fato gerou a revolta dos moradores da região, que cercaram o prédio do mercado. A Brigada Militar (BM) foi acionada e deteve o homem. De acordo com o capitão Renato Rafell de Brito Fell, subcomandante da corporação em Sapucaia do Sul, o comerciante afirmou aos policiais que tinha a intenção “de somente assustar o animal”. 

“Quando as guarnições chegaram, havia várias pessoas, em um tumulto grande que se formou. O autor, em seguida, se apresentou. Ele entregou a arma, uma carabina de pressão. O indivíduo foi autuado em flagrante com base na lei de maus-tratos aos animais” resumiu o policial.

Os policiais levaram o homem até a delegacia de plantão de Canoas. O comerciante foi preso em flagrante com base na nova lei de maus-tratos a animais, sancionada em 29 de setembro pela Presidência da República. O texto trouxe mais rigor para casos como esse, impondo reclusão de dois a cinco anos, além de multa. Antes, em um caso semelhante, seria cabível apenas o registro de termo circunstanciado.

O delegado regional de Canoas, Mario Souza, afirma que o caso será tratado com rigor e entrará no bojo das investigações da Operação Arca, ação permanente da Polícia Civil contra maus-tratos a animais na região.

“O crime já é grave, e, nesse contexto, com a morte do animal e na frente da criança, chama ainda mais atenção e destaca mais a gravidade do crime. Não é algo a ser tratado como simples, certamente a criança terá um trauma devido a essa situação. Isso é barbárie, o que não pode ser permitido. Vamos atuar com todo o rigor da lei”, manifestou o delegado, lembrando que não há possibilidade de fiança

Anderson Cardoso / Arquivo pessoal

Com ajuda de vizinho, garoto decidiu enterrar sua melhor amiga na mesma praça onde com ela brincava havia oito anos

Belinha e o garoto eram melhores amigos havia oito anos. Em 2012, o menino a viu sozinha na rua, ainda pequena, e pediu para os pais que a adotassem. Em casa, a tratava com atenção e era o único responsável por cuidá-la. Se a mãe, o padrasto ou os irmãos tentavam tomar conta dela, Belinha não aceitava.

“Ele que levava ela para passear, dava banho, soltava um pouquinho no pátio. Às vezes, a gente tentava cuidar, mas não adiantava, a cadela era apaixonada por ele” comentou o irmão do menino, Anderson Cardoso, 23 anos.

De acordo com o irmão, o menino passou a terça-feira (13) com a família e ainda estava abalado, chorando frequentemente. Ele recebeu visitas de pessoas que se comoveram com a história e levaram alguns presentes.

Apesar da dor, o garoto decidiu que deveria enterrar Belinha. Ele mesmo pediu para um vizinho que tem conhecimentos de marcenaria para fazer uma cruz. Depois, com ajuda de adultos, pintou com tinta branca no objeto o nome de sua cadela. O garoto, sozinho, abriu a pequena cova e despediu-se dela na mesma pracinha onde brincou nos últimos anos com a sua melhor amiga.

Querendo chorar, também pode.

da redação, com informações do portal Gauchazh

Leave a Reply

%d blogueiros gostam disto: