Paraíba Feminina entrevista candidatas do segmento feminista: Joana Darck

By 17 de outubro de 2020Politica

Nossa convidada de hoje na série de entrevistas com candidaturas feministas é Joana Darck, que disputa uma vaga na Câmara Municipal do Conde, acompanhe:

Joana Darck

Joana é pedagoga e estudante de Gestão Pública da UFPB, mãe de Julio Paulino, Vittorio Ribeiro e Rudá que conta com 33 semanas de gestação. Traz em sua história a luta pela defesa dos direitos das Crianças e Adolescentes, bem como a implantação da Política Pública de Juventude. Desde cedo construiu nos espaços políticos a democracia participativa, carregando no peito a coragem e o sonho de ver um Conde melhor – cidade onde mora há 4 anos. Foi educadora Popular no Alto do Mateus, atuou nas gestão pública municipal e estadual nos governos de Ricardo Coutinho, na assessoria da deputada Estela Bezerra, e coordenou o Orçamento Democrático no Conde.
Se afirma ser do mesmo rio das mulheres lavadeiras de roupa e das donas de casa; da mesma terra, nos pés, junto com os agricultores. Está na ciranda com as crianças e as juventudes na cidade; com os idosos e as pessoas com deficiência; com os direitos dos animais e ambientais; o turismo sustentável e a economia criativa; e sabe na pele quais as políticas públicas que o Conde mais necessita.

 

 

Por que você decidiu concorrer à uma vaga na Câmara Municipal?

Essa não foi uma decisão particular, e sim de um grupo de amigos, agentes culturais, ativistas dos direitos humanos que viram, neste momento, a possibilidade de eleger alguém que pautasse as políticas necessárias para o desenvolvimento da cidade através do poder legislativo da cidade de Conde.

Na sua opinião, qual a importância de ter uma mulher feminista ocupando um espaço de poder?

Acredito que nós mulheres, mesmo diante de avanços no que diz respeito à igualdade entre os gêneros, ocupamos cargos de menor peso nas decisões políticas, bem como de menor prestígio no mercado de trabalho.
Desta forma, as posições de poder ainda são pensadas com, de e para homens. Diante da conjuntura Nacional, onde a criminalização dos Direitos Humanos, feminismo e outras pautas do campo democrático popular, temos enquanto mulheres e ativistas sociais, o papel fundamental de desconstruir estereótipos de gênero que reforçam os papéis diferenciados.
É necessário mais mulheres na Câmara. Em 56 anos de história de Emancipação Política de Conde, apenas cinco mulheres chegaram a ser vereadoras. Nossa voz precisa ser ouvida e de punho ao alto com as mulheres, com o povo negro e indígena dizemos: não precisamos de pontes. Navegamos nas águas da esperança, num único barco.

Dentro da sua trajetória, quais as maiores dificuldades que você encontrou até se firmar candidata?

Acho que o fato de ser uma mulher popular, com recursos financeiros limitados faz com que a voz não seja espalhadas aos quatro cantos da cidade como gostaríamos. A nossa cidade possui mais de 70% de extensão territorial formada por zonas rurais, deixando as pessoas, muitas vezes sem acesso razoável à internet e outros meios de comunicação.

As mulheres representam 52% do eleitorado no Brasil, mas só 15% das cadeiras legislativas municipais são ocupadas por mulheres. Como você analisa esse número?

Apesar de serem nós mulheres que mais conhecem o bom ou não do funcionamento das políticas públicas (quando faltam médicos, professores na escola, merenda, o valor do gás), ser maioria na base da organização de movimentos sociais, nas universidades, nas associações de bairros, na igreja , ainda somos minoria nos cargos políticos e também na participação de partidos políticos, e volto a dizer, como falei a cima, os espaços de poder foram criados por homens e para homens, deixando de lado, toda a subjetividade feminina.
Vivemos em uma sociedade que, apesar dos avanços, nós mulheres somos sobrecarregadas das tarefas como cuidados com os filhos, como os afazeres domésticos, que nos limitam, muitas vezes de participar e de encarar, do nosso jeito, os espaços políticos de poder.
E essas diferenças se acentuam quando percebemos a interseccionalidade da dimensão de gênero com classe, raça / etnia, bem como orientação sexual. Frente a esses diversos tipos de preconceito e discriminação, as mulheres negras têm ainda menos acesso aos espaços de poder e decisão que as mulheres brancas, por exemplo.

Porém no “existo porque resisto” vamos aos poucos cavando os espaços, superando as barreira e rompendo o silêncio preso na garganta.

Quais são suas principais bandeiras de luta, e como pretende trazer essas pautas para o trabalho na Câmara Municipal?

Nossas bandeiras são: Direitos das Mulheres, Juventudes, Direito da criança e do Adolescente, Participação Popular, Assistência Social, Cultura, Diversidade Humana e Religiosa , Educação, Empreendedorismo, Turismo, Esportes, Infraestrutura e Mobilidade e Meio Ambiente, Proteção aos Animais, Saúde e Segurança Comunitária.

Vamos trazer para o centro da Câmara de Conde as pautas fundamentais para a população, priorizando o recorte de gênero, mas também as reais necessidades do povo mais necessitado, o povo pobre e desassistido.

 

Saiba mais sobre Joana Darck em seu perfil: @joanaviju

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