Não estamos aqui para julgar ou defender ninguém. Estamos aqui sim, para defender o processo democrático em todas as suas esferas: seja ela eleitoral, judicial e especialmente, a ingrata e sofrida luta contra o machismo estrutural, que é a principal bandeira do Paraíba Feminina. Acreditamos que toda denúncia deve ser investigada e todo mundo tem direito à defesa e à um julgamento justo. Mas conseguimos enxergar que um julgamento de um candidato, marcado há cinco dias das eleições, é no mínimo curioso.
No processo eleitoral de João Pessoa a pluralidade de candidatos é enorme. Temos 14 postulantes, uns despontando nas pesquisas, outros nem tanto. Os três primeiros que aparecem em vantagem têm algo em comum: são investigados e respondem a processos pelas mais variadas denúncias (seja quando ocuparam cargos públicos ou por fraudes como empresário).
Mas uma campanha generalizada tem chamado atenção: a união de todas as correntes políticas que participam dessas eleições em João Pessoa (e aí podemos incluir a imprensa e a justiça) em tentar a todo modo interferir negativamente que um determinado candidato possa voltar a vencer (como fez nos últimos quatro pleitos que participou).
Todos respondem a processo. Mas só o dele anda. E cada passo que algum processo dá é manchete estampada nos principais portais desse Estado. Antes mesmo de ser julgado o tribunal das redes sociais condena. É um efeito que vem atingindo o Brasil nos últimos anos e que deixou o nosso país em uma pandemia muito maior do que a do novo coronavírus: a pandemia da ignorância.
Marcar um julgamento há cinco dias das eleições é sim tentativa ferrenha de influenciar o processo eleitoral. Não há diferença em fazer isso hoje ou daqui há 20 dias, que não seja prejudicar uma candidatura. Não há como enxergar algo diferente disso.
da redação