Latidos de cachorro são temas de constantes discussões e brigas entre vizinhos. Mas, em um prédio no Bairro Buritis, Região Oeste de Belo Horizonte, o problema se tornou mais grave. Uma moradora tem recebido bilhetes com ameaças contra seus animais, vindos de algum vizinho incomodado com o barulho.
Ana Amélia Braga é a dona das três cadelas da raça border collie, Sheeva, Nina e Lua, e de uma shih-tzu, a Julie. Ela conta que os recados têm sido recorrentes. “O último foi a menos de um mês. Eles são colocados na caixa de correio do prédio, ameaçando e reclamando do barulho. A gente já perguntou aqui no prédio se incomoda os nossos vizinhos e eles não têm reclamações a respeito do barulho”, explica.
Segundo a moradora, se trata sempre da mesma pessoa, pois as cartas são escritas à mão e a letra é idêntica em todas elas. “No nosso prédio só tem cachorro aqui e no apartamento de baixo, mas ele foi adquirido há pouco tempo. Então, com certeza é aqui pra minha casa, a reclamação”. Ana Amélia conta ainda que o prédio tem câmera. Por isso, dá última vez, eles conseguiram a imagem de um homem. Mas, não é possível identificá-lo. “Ele está de máscara, usa óculos e eu nunca vi essa pessoa aqui na rua”.
Ela fez uma postagem no grupo Meu Bairro Buritis, no Facebook, com o último bilhete que recebeu, na tentativa de identificar essa pessoa. “Estamos olhando nas câmeras pra ver se a gente consegue uma imagem melhor do rosto da pessoa. Porque, sem os dados dele, um boletim de ocorrência pouco vai adiantar. A postagem no grupo foi também no intuito de a pessoa ver que a gente está atento a isso também. Não estamos recolhidos, nem com medo dele, não”, enfatiza.
Último aviso
No bilhete postado no grupo, a pessoa que assina como “Moradores da rua” diz que é o último aviso e que, como eles não levaram os anteriores a sério, devem se preparar para o pior. Fala que os cachorros vão começar a receber “presentinhos” deliciosos pela janela, varanda ou no chão da garagem e que, infelizmente, eles vão pagar pela falta de respeito dos donos.
Diante das ameaças, Ana Amélia está deixando a área externa da cobertura fechada para as cadelas não irem até lá sozinhas. “A gente abre na parte da manhã pra elas fazerem as necessidades e a sacada também estamos mantendo fechada para elas não se aproximarem pra latir na rua”. O apartamento é cercado por dois prédios laterais e um ao fundo. A preocupação da moradora é que algum vizinho possa jogar alimentos na cobertura, sem que ela perceba, e as cadelas acabem comendo.
“Ninguém nunca veio falar com a gente pessoalmente, são sempre essas cartas anônimas. Não existe, da nossa parte, a intenção de ficar incomodando a vizinhança. A gente tem cuidado com os animais, elas são bem tratadas, não ficam presas. Elas nunca ficam sozinhas, nem durante a semana ou no final de semana. Sempre tem gente em casa”, explica. “O latido é uma coisa natural. O cachorro ouviu um barulho, ele vai latir. Se eu tivesse a opção de adestrar, eu pagaria. Mas é um serviço caro. Não é um latido que acontece após as 22h, não é uma coisa que perturba o sono dos outros ou que seja constante. Eu nunca as deixo latindo na varanda, é uma coisa natural.”
Do Estado de Minas