A jovem paraibana que se jogou do carro para fugir de um homem: “vou sentir medo sempre”

Imagina a situação:

Você chama um transporte alternativo, entra no carro e diz que vai pra determinado lugar. No meio do caminho, o motorista te diz que vai pra outro lugar, e não explica o motivo. O que você faria?

Emilly Oliveira, 18 anos, passou por essa situação no último sábado. Moradora de Santa Rita, região metropolitana de João Pessoa,  Emilly entrou num alternativo com destino à capital. Durante o trajeto, o motorista informou que não iria à João Pessoa, e sim, à Várzea Nova. A estudante então afirmou que não queria ir à Várzea Nova, e diante da recusa do motorista em seguir pelo caminho combinado, ela pediu que ele parasse o carro, e mais uma vez, o motorista se recusou a atender seu pedido. Num ato de desespero, Emilly pulou do carro em movimento.

 

De acordo com a estudante, um casal parou para socorrê-la, e o motorista insistiu para que ela voltasse ao veículo. “Como é que eu voltaria pra o carro, depois de ter implorado pra ele parar, e ele não parou?”, disse a estudante, que ficou bastante machucada, especialmente o pé direito.

Emilly nos contou que ficou bastante assustada. “Quando ele disse que não ia parar, passou mil coisas pela minha cabeça. Tanto que eu não pedi pra parar só uma vez, pedi diversas vezes e ele se negou”.

 

 

Num vídeo que tem circulado nas redes sociais, o motorista, conhecido como Expedito, se defendeu, afirmando que ia para Várzea Nova em busca de mais passageiros, que a estudante não esperou ele parar o carro e que não é um estuprador. Algumas coisas chamam a atenção: de acordo com a vítima, em momento algum ele explicou o motivo da mudança de roteiro, ele não cogitou em nenhum momento parar o carro, e ele não acusado de ser estuprador.

Depois de prestar um Boletim de Ocorrência na cidade de Santa Rita, Emilly ainda se sente assustada e diz que não sabe o que esperar. “As pessoas dizem que ele não me tocou, então pode ser que isso tudo seja visto como inválido. Estou me sentindo muito mal, é um trauma psicológico enorme, fora as marcas físicas porque essas cicatrizes vão ficar comigo pra toda a vida”, e encerra a entrevista com uma constatação triste, porém verdadeira.

“Vou sentir medo sempre, a gente que é mulher, vive com medo e já nascemos sabendo que nunca vamos conseguir nos proteger”.

 

Taty Valéria

 

 

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