O Movimento de Mulheres e Feministas da Paraíba deflagrou a campanha anual dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que começa hoje (25/11), Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, e vai até o 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, cobrando do Governo do Estado da Paraíba a punição dos responsáveis pela fuga e a captura do mentor do estupro coletivo de Queimadas (PB), Eduardo dos Santos Pereira, que fugiu no último dia 17 de novembro, pelo portão lateral do presídio de segurança máxima (PB1), em João Pessoa (PB).
Em reunião com a secretária da Mulher e da Diversidade Humana, Lídia Moura, e representantes da Secretaria de Segurança Pública e da Administração Penitenciária, nesta terça-feira (24/11), uma comissão do Movimento de Mulheres e Feministas cobrou audiência com o Governador do Estado, João Azevedo, e medidas para que o fugitivo seja reconduzido à prisão, punição dos agentes públicos que possivelmente tenham facilitado a fuga e proteção para as vítimas e seus familiares. As representantes do Movimento entendem que a política de Segurança Pública é uma política de Estado, que precisa dar respostas à sociedade e aos movimentos organizados, não podendo um criminoso emblemático como esse, que planejou o estupro coletivo de Queimadas, voltar à liberdade e ficar na impunidade.
O Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres está sendo marcado pelo Movimento de Mulheres com campanha e ocupação das redes sociais; pela feitura de uma nota, que terá assinaturas de vários segmentos de Mulheres do Estado; a exigência de que o Governo do Estado se retrate sobre a fuga do estuprador do presídio de segurança máxima e pela eliminação da violência contra as Mulheres.
O Caso do Estupro Coletivo em Queimadas: Na madrugada de 12 de fevereiro de 2012, no município de Queimadas, agreste paraibano, a 130 quilômetros da capital João Pessoa, dez homens estupraram cinco mulheres durante a festa de aniversário de Luciano dos Santos Pereira. Duas das vítimas, a professora Isabela Pajuçara Frazão Monteiro, de 27 anos, e a recepcionista Michelle Domingues da Silva, de 29 anos, foram assassinadas por terem reconhecido os agressores.
O crime foi arquitetado pelo irmão do aniversariante, Eduardo dos Santos Pereira, junto com o mesmo, na manhã de 11 de fevereiro. Eduardo queria realizar o desejo do irmão de ser “presenteado com mulheres”. Para isso, os dois organizadores tramaram a simulação de um assalto durante a festa, o que justificaria o estupro coletivo. Para amarrar as mulheres e forçá-las a terem relações sexuais, Eduardo comprou cordas e lacres de plástico, do tipo “enforca-gato”.
da assessoria