Historicamente nós mulheres somos educadas desde pequenas a acatar ordens e a sempre dizer “sim”. Com isso, muitas situações incômodas acabaram ficando naturalizadas e temos dificuldade em nos posicionar. Mas precisamos mudar isso e levar muito a sério tudo o que nos incomoda. Comentários chatos, paqueras indesejadas na rua, aproximação, toque ou beijo forçado, tudo isso é assédio!
“O problema é que é bem comum meninas e mulheres sofrerem assédio e nem conseguirem identificar o que viveram, justamente por não nos acharmos no direito de se sentir incomodadas com aquela situação”, explica a advogada Mariana Serrano, da Rede Feminista de Juristas (deFEMde).
Ela lembra que acontece também de nos sentirmos culpada, tendo pensamentos como: “Eu não deveria estar ali”, “Não era pra usar aquela roupa”, “Eu devia ter recusado o convite”. Mas é essencial saber: se algo foi feito sem sua permissão, a culpa nunca é sua!
Precisamos dar atenção ao incômodo que sentimos e, mais importante ainda, saber reconhecer o assédio e o que fazer quando acontece com a gente ou com alguma amiga nossa.
O QUE É ASSÉDIO?
Você conhece a origem da palavra assédio? Ela vem de operações militares onde o plano era cercar um território para dominar o lugar e as pessoas. Uma tática de cercar para reprimir e exercer poder.
Não é à toa que essa palavra é usada para definir as situações em que nos sentimos cercadas, provocando medo e insegurança. O assédio pode acontecer de muitas formas: com palavras, olhares, contatos físicos e até pela internet! Em todas essas formas, ele viola a liberdade e acaba afetando nossa autoestima.
O problema é que, exatamente por poder acontecer de tantas formas diferentes, é difícil identificar o assédio. Mas isso é muito importante para poder buscar ajuda e até denunciar o assediador.
Se você está na dúvida se algo que viveu foi ou não assédio, a imagem abaixo ajuda a entender.
Matéria especial feita por Gislene Ramos, para o site AzMina