Feminicídio, medo e insegurança! Paraíba registra 81 assassinatos de mulheres este ano

By 21 de dezembro de 2020Justiça, Machismo mata, Paraiba

Juciara de Lima dos Santos, 38 anos e Joana Eugênia, 19 anos, mãe e filha, estava felizes e animadas. Na última sexta-feira, 18 de dezembro, às 8h,, elas iriam inaugurar uma loja de festas. O momento era de superação, já que um incêndio havia destruído o antigo estabelecimento, e elas celebravam aquela vitória.

Mas existia algo pior que um incêndio, e ele tinha um nome: Mauri Barbosa, ex companheiro de Juciara, que não aceitava o fim do relacionamento. Às 7h do mesmo dia 18 de dezembro, Mauri entrou na casa de Juciara, e assassinou a mulher, e sua filha. O assassino fugiu, se escondeu num Motel de João Pessoa, e se matou com um tiro na cabeça. No seu colo, maços de dinheiro.

Lourrayne Damares da Silva, de 19 anos, paraibana que morava na cidade de Goiânia, veio à Paraíba para realizar um procedimento estético e reencontrar a família. Quando tinha 16 anos, Lourrayne teve um relacionamento com Kennedy Ramo Alves, um homem 13 anos mais velho. Acabaram o namoro, mas continuaram mantendo contato, e por conta disso, resolveram se encontrar. Em 13 de dezembro, o Kennedy a encontrou no Aeroporto Castro Pinto, e seguiram para uma casa de veraneio na cidade de Lucena.

Neste domingo (20) o corpo de Lourrayne foi encontrado em um matagal às margens do Rio Paraíba, no município de Sobrado, a 60 km de João Pessoa. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), após o crime Kennedy fugiu e foi interceptado na cidade do interior da Bahia pela PRF e pela Polícia Militar da Bahia. De acordo com o delegado João Paulo, ele estaria se encaminhando para o sul do País. Um trabalho de investigação conjunto garantiu a prisão, e foi ele quem apontou o local onde estava o corpo de Lourrayne.

De acordo com uma matéria publicada pelo G1/PB, de janeiro a novembro de 2020, 81 mulheres foram mortas por crimes letais intencionais na Paraíba. Deste total, 29 casos estão sendo investigados como feminicídio. No mês de novembro, oito mulheres foram mortas e um caso é investigado como feminicídio, o que representa 35% do total de mortes violentas de mulheres no mês.

Juciara, Joana, Lourrayne… quem de nós está segura? Até quando vamos viver com medo? Por que a culpa é sempre nossa? O que podemos fazer? O que os homens podem fazer? O que a sociedade pode fazer?

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