Sair em grupo para dar uma volta por aí? Quem nunca fez isso na juventude e está contando as horas pra fazer (mesmo adultos) após essa pandemia? Nada mais justo andar em bando, com ‘azamiga’ ou com a galera toda buscando diversão e liberdade. O problema é quando essa busca por felicidade interfere diretamente na vida dos outros.
E esse é o caso desses rolezinhos que têm sido registrados nos últimos dias em toda a Paraíba. Na noite de Natal, a Epitácio Pessoa, aqui em João Pessoa, foi infestada de motos barulhentas que atravessaram toda a avenida por volta das 2h acordando os moradores da região (idosos, crianças, pets inclusos) rumo ao Busto de Tamandaré. Durante todo o trajeto e até na parada final foram registradas manobras arriscadas, infringindo tantos códigos de trânsito que nem conseguimos calcular. Mas o principal problema é o barulho ensurdecedor que os canos de escapamentos adulterados provocam.
Poucas coisas são tão irritantes quanto o barulho de um cano de escape de moto adulterada. Nunca entendi o sentido de tornar seu meio de transporte um vetor de irritação alheia. Qual o sentido?
De fato os automóveis, especialmente os maiores, são representações fálicas. Quanto à isso não há contestação e a psicanálise explica. Na falta de um um grande SUV – que ocupa três vagas de estacionamento, que não têm serventia para quem não tem uma família de mais de 5 pessoas ou trabalha com carga e descarga – as motos barulhentas ocupariam esse papel? Só um estudo aprofundado da psiqué humana poderia atestar.
E antes que acusem esse texto de ser elitista, vai uma observação: mostrar força, seja com um Amarok com motor V6 de 258 cavalos, com um porta-malas inutilizado por conta de uma caixa de som no volume máximo ou com uma moto com o cano de escape furado, não é questão social, é só machismo mesmo.
da redação