A moda do rolezinho! O que os jovens paraibanos querem mostrar em suas motos barulhentas?

By 28 de dezembro de 2020Vá se tratar

Sair em grupo para dar uma volta por aí? Quem nunca fez isso na juventude e está contando as horas pra fazer (mesmo adultos) após essa pandemia? Nada mais justo andar em bando, com ‘azamiga’ ou com a galera toda buscando diversão e liberdade. O problema é quando essa busca por felicidade interfere diretamente na vida dos outros.

E esse é o caso desses rolezinhos que têm sido registrados nos últimos dias em toda a Paraíba. Na noite de Natal, a Epitácio Pessoa, aqui em João Pessoa, foi infestada de motos barulhentas que atravessaram toda a avenida por volta das 2h acordando os moradores da região (idosos, crianças, pets inclusos) rumo ao Busto de Tamandaré. Durante todo o trajeto e até na parada final foram registradas manobras arriscadas, infringindo tantos códigos de trânsito que nem conseguimos calcular. Mas o principal problema é o barulho ensurdecedor que os canos de escapamentos adulterados provocam.

Poucas coisas são tão irritantes quanto o barulho de um cano de escape de moto adulterada. Nunca entendi o sentido de tornar seu meio de transporte um vetor de irritação alheia. Qual o sentido?

De fato os automóveis, especialmente os maiores, são representações fálicas. Quanto à isso não há contestação e a psicanálise explica. Na falta de um um grande SUV – que ocupa três vagas de estacionamento, que não têm serventia para quem não tem uma família de mais de 5 pessoas ou trabalha com carga e descarga – as motos barulhentas ocupariam esse papel? Só um estudo aprofundado da psiqué humana poderia atestar.

E antes que acusem esse texto de ser elitista, vai uma observação: mostrar força, seja com um Amarok com motor V6 de 258 cavalos, com um porta-malas inutilizado por conta de uma caixa de som no volume máximo ou com uma moto com o cano de escape furado, não é questão social, é só machismo mesmo.

da redação

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