Se infectar e depois se curar da Covid-19 pode ser considerada uma vitória. Alguns pacientes ainda permanecem com sintomas físicos por algum tempo. Entretanto, existem pessoas que precisam lidar, para o resto da vida, com dores e perdas causadas pela Covid.
É o caso de Sandra Maria, 40 anos. Em julho de 2020, auge da pandemia no Brasil, Sandra entrou em trabalho de parto. Ela estava com Covid e só pôde conhecer sua filha 18 dias depois. Maria Júlia e a mãe receberam alta e foram pra casa. No final de outubro de 2020, a bebê começou a apresentar problemas de respiração e foi levada para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas três dias depois, faleceu. Mãe e filha são de Palmeirais, Norte do Piauí.
“Na sexta-feira ela começou a passar mal, com febre e respiração baixa, quando foi no domingo tivemos que levar ela para o hospital aqui de Palmeirais. Fizeram o teste nela e deu positivo para coronavírus, em mim deu negativo. Quando souberam da gravidade, ela foi transferida para o hospital em Teresina, onde ficou na UTI”, disse.
Apesar de só ter sido divulgada agora, a morte da pequena Maria Júlia aconteceu no dia 3 de novembro de 2020, após ficar um dia internada na UTI do Hospital Infantil Lucídio Portela. A bebêDS já estava com seis meses.
De acordo com a declaração de óbito, a morte da criança foi causada por Síndrome Respiratória Aguda e Infecção por Covid-19.
Segundo Maria do Socorro, líder comunitária da região e que acompanhou o caso da família, a perda da criança por Covid-19 continua sendo uma luta diária para a mãe, que conseguiu se recuperar da doença, mas que infelizmente perdeu a filha para o coronavírus.
“Percebemos que ela ainda não conseguiu superar a perda da filha, alguns problemas que ela tinha antes da Covid já estão voltando, toda vez que ela fala ela se emociona”, lamentou.
Em todo o país, já são mais de 200 mil mortos pela doença. Que autoridade brasileira teria coragem suficientes para dizer para essa mãe que o vírus é mimimi, ou que estão exagerando, ou que a imprensa é a culpada? Não foi a imprensa que destruiu uma mãe e uma família, foi a omissão e o descaso.
da redação, com informações do G1