Uma mulher é suspeita de ter envenenado os quatro filhos de 2, 11, 12 e 18 anos de idade em Bayeux, na Região Metropolitana de João Pessoa. Segundo informações da Polícia Militar, todos cinco foram levados para o Hospital de Trauma após beberem veneno dissolvido em um suco.
De com a matéria publicada pelo portal G1, o capitão Handerson, da Polícia Militar, informou que a mulher teria se separado do pai das crianças e entrou em depressão. Por isso, teria envenenado ela e os filhos. Eles foram levados para Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Bayeux e transferidos para o Trauma. O estado deles é considerado estável.
Segundo o médico André Lima, plantonista que atendeu o caso na UPA, a mulher teria dissolvido o veneno em um suco, dado aos filhos e bebido em seguida. Uma das filhas não teria sido intoxicada, notou que algo de errado estava acontecendo e socorreu a família. Algumas informações também dão conta que o estado de saúde da mulher é mais grave.
Não deixa de ser chocante um fato dessa natureza. Mães que matam os próprios filhos causam um desconforto social imenso e a primeira coisa que pensamos é: Por que?
Apesar de trágico e raro, esse tipo de crime é classificado na Psicanálise como Complexo de Medeia:
Diz um mito grego que Medeia é traída por seu marido Jazão. Medeia fica na miséria, e perde todo prestígio social, dentro do contexto da mitologia, isso significava a morte em vida. Enlouquecida de ciúmes, ela mata os filhos para se vingar de Jazão.
À princípio, não há justificativa, não iremos nos ater à isso e não iremos buscá-las.
Mas se compararmos com os 29 feminicídios cometidos na Paraíba de janeiro à novembro de 2020 (muitos deles na frente dos filhos, ou contra mulheres grávidas), observamos um abismo entre as motivações. Mulheres que cometem esse tipo de crime são movidas por um descontrole emocional extremo. Homens matam porque não aceitam o término.
Se foi o o que aconteceu realmente em Bayeux, só as investigações irão esclarecer.