Abusos psicológicos e agressões físicas, pressão por sexo e estupro (lembrando que sexo forçado É estupro), relacionamento com adolescentes (às vezes mais de uma ao mesmo tempo), e uma imagem de bom moço descontruído onde todas as ex são loucas: sim, você já viu esse filme acontecer, mas dessa vez o personagem principal é um “Colírio da Capricho” que fez sucesso no início da década passada em Campina Grande.
Não há uma moça entre 25 e 30 anos que não lembre dos Colírios da Capricho, e Campina Grande teve seu representante: Rycaom Araújo ganhou fama nacional em 2011 depois de ficar em 11º lugar numa seleção que escolheu os meninos mais gatos do Brasil. O nome e as fotos dele, à época com 17 anos, ainda estão no site da Revista Capricho.
Mas o tempo passou, hoje ele é adulto e agora acumula Boletins de Ocorrência, medidas protetivas e um histórico de abuso e violência contra pelo menos 5 meninas que resolveram dar seu depoimento ao Paraíba Feminina. Em comum, o fato de todas serem menores de idade quando se envolveram com ele (já adulto).
Nos depoimentos, as moças afirmaram que eram virgens e que sentiram pressão para fazer sexo, mesmo sem vontade, apenas para agradá-lo – uma das meninas afirmou que não chegou a fazer sexo com ele, nem recebeu pressão, mas era forçada à beijá-lo. Também relataram a angústia de suas famílias e amigos, o terror psicológico que sofriam e principalmente, que se sentiam presas dentro de um relacionamento abusivo e por vezes, violento.
Três delas afirmaram que ele gravava (escondido) as relações sexuais, que fazia fotos delas dormindo e que algumas dessas fotos e vídeos foram usadas publicamente e sem autorização. Duas das moças fizeram Boletim de Ocorrência com base na Lei Maria da Penha e conseguiram medidas protetivas.
A redação do Paraíba Feminina entrou em contato com a Delegacia da Mulher de Campina Grande e confirmou que até o momento, existem duas denúncias formalizadas em juízo contra o acusado, registradas ainda no ano passado, e que uma das vítimas é menor de idade.
Apesar da fama, Rycaom hoje usa um nome “artístico”, que pode ser Ralf ou Olif, e se sente ofendido quando é chamado pelo nome verdadeiro, o que chega a ser irônico, uma vez que ele próprio usa dessa “fama” para se aproximar das mulheres.
Além das histórias e traumas, as vítimas têm em comum que a justiça seja feita e que nenhuma outra moça passe pelo que passaram.
Tentamos entrar em contato com Rycaom, mas até o fechamento dessa matéria, não tivemos retorno. O espaço continua aberto.
Taty Valéria