Números do absurdo! Governo Bolsonaro gastou R$ 15 milhões com leite condensado, R$ 5 milhões com uva passa e R$ 2 milhões com chicletes

By 26 de janeiro de 2021Justiça, Vá se tratar

Todo fim de ano é a mesma polêmica: colocar, ou não, uva-passa no arroz? Em 2020, os órgãos sob comando do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) gastaram pouco mais de R$ 5 milhões na compra de uva passa. Numa pesquisa rápida, 1kg de uva passa sem caroço custa em média, 26 reais. Dá mais ou menos 500 kg de uva passa por dia! Gosto não se discute. O mais grave é que esse valor não representa nem 1% do total pago na compra de supermercado do governo.

Levantamento do (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, com base do Painel de Compras atualizado pelo Ministério da Economia, mostra que, no último ano, todos os órgãos do executivo pagaram, juntos, mais de R$ 1,8 bilhão em alimentos – um aumento de 20% em relação a 2019. Para a reportagem, foram considerados apenas os itens que somaram mais de R$ 1 milhão pagos.

Além do tradicional arroz, feijão, carne, batata frita e salada, no “carrinho” estiveram incluídos biscoitos, sorvete, massa de pastel, geleia de mocotó, picolé, pão de queijo, pizza, vinho, bombom, chantilly, sagu, chiclete e leite condensado, que, além de passar no pão, o presidente pode usar para outros fins. Quem somos nós para julgar?

Só de chicletes, foram R$ 2.203.681, 89 aos cofres públicos. Uma caixa com 100 unidades de Big Big custa em média R$ 18 reais, o que dá maios ou menos 123 milhões de caixas de Big Big. Atá, então foi Trident, é mais chique: a caixa com 21 unidades sai em média a 28 reais, o que equivale a mais de 78 milhões de caixas de chiclete.

Ainda tem a compra de molho shoyo, molho inglês e molho de pimenta que, juntos, somam mais de R$ 14 milhões do montante pago. Comida sem tempero não é comida. Pizza e refrigerante também fizeram parte do cardápio do ano: débito de R$ 32,7 milhões dos cofres da União.

Em 2011, o então ministro do Esporte, Orlando Silva, foi achincalhado pela imprensa e posteriormente demitido, por ter comprado uma tapioca com o cartão corporativo. Eram tempos em que as pessoas realmente se importavam com o gasto do dinheiro público: uma tapioca comprada com cartão corporativo era, até então, inadmissível.

Mas estamos no Brasil de 2021. Dez anos que separam um povo que babava contra uma tapioca, e que hoje não se importa em passar fome para que seu presidente tenha leite condensado para passar no pão.

da redação com informações do Metrópoles

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