Gabriela Casellato, de 24 anos, namorava a pouco mais de um ano. Nos últimos meses, o namorado começou a demonstrar comportamento abusivo e agredia Gabriela verbalmente com frequência. Numa certa noite, ela resolveu terminar o namoro. Gabriela ouviu xingamentos, agressões verbais e palavrões, mas acreditou que, por estar colocando um fim na situação, não aconteceria mais nada com ela.
Na manhã do dia 17 de janeiro, ela dormia em sua casa quando, repentinamente, despertou. Ao acordar, percebeu que estava com diversos ferimentos no rosto e ensanguentada, assim como reparou que o ventilador estava danificado no chão, o que a fez pensar que poderia ter sido agredida com o objeto.
Em seguida, a jovem relembra que levantou da cama e que conseguia caminhar com dificuldade. Para sua surpresa, se deparou com o ex-namorado no interior de sua casa, que ainda ofereceu gelo para ela colocar nos machucados.
Foi nesse momento que a modelo viu que a porta de seu apartamento estava arrombada e percebeu que tinha sido brutalmente agredida pelo ex-companheiro, a ponto de perder a consciência. Em seguida, ela pediu socorro à vizinha e foi para o apartamento dela, momento em que o agressor fugiu. “Eu estava em estado de choque. Não conseguia entender muito bem o que estava acontecendo. Quando me dei conta eu só pensei em correr, estava com muito medo dele me matar ou de ter acontecido algo grave com as agressões que ele fez. Estava sangrando muito por causa das agressões e com muita dor na cabeça por causa das porradas.”
Familiares da vítima, que moram na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, compartilharam o caso nas redes sociais, pedindo por justiça, e as postagens repercutiram. Gabriela Casellato Brito afirma que o ex invadiu seu apartamento na manhã do crime. Ela registrou boletim de ocorrência contra o suspeito.
“Ele sempre foi uma pessoa encantadora para mim. Era típico daquele namorado que não existia, que fazia de tudo por mim, e não reclamava se quer de uma coisa minha. Depois de um tempo ele começou a faltar com respeito ao me xingar, ofender. Já chegou a me queimar com cigarro, me dar um tapa na cara na frente de todo mundo, até que ocorreu essa última agressão”, conta Gabriela.
Medida protetiva
A vítima registrou boletim de ocorrência contra o agressor no 53º DP do Parque do Carmo e conseguiu uma medida protetiva.
Além de toda violência, Gabriela ficou com sequelas das agressões, e está fazendo uma campanha de arrecadação online para arrecadar o dinheiro para realizar uma cirurgia. “Preciso fazer uma cirurgia “pós traumática” com um médico especializado e logo após realizar a plástica, porque ele deformou todo meu nariz. Sinto dores fortes até hoje, 15 dias pós a agressão”.
Essa é uma lição para quem diz que “basta terminar o relacionamento”, e para quem diz que “ele não tinha o perfil”. Mais uma vez, repetimos: homens não chegam com certificação. Nenhum homem é violento, até ser, e a responsabilidade por toda e qualquer agressão contra mulheres só têm um único culpado: o agressor.
da redação, com informações do G1