Aos 75 anos, com um disco novo lançado só com duetos, a cantora Gal Costa abriu o verbo em entrevista à Folha. “Nenhuma Dor” é um disco que traz uma releitura dos clássicos da cantora e em uma entrevista sobre o assunto ela revelou casos de misoginia que sofreu ao longo de sua carreira.
Gal Costa foi a última do núcleo duro da Tropicália a fazer sucesso e, no começo dos anos 1970, ela carregava o movimento praticamente sozinha. “Usava aquelas roupas normalmente e me lembro de ser agredida duas vezes na rua, por dois homens. Um deles veio em minha direção, eu estava dirigindo, me deu um tapa na cara e disse ‘ponha-se no seu lugar de mulher’. Falavam agressivamente comigo. Nessa época, eu sentia angústia. Angústia física mesmo.”
Gal nunca foi de falar abertamente sobre sua sexualidade, algo que ela diz estar presente nas entrelinhas. “O caminho, a história de uma pessoa já mostra o que ela é. E eu, no auge dos meus 75 anos, meu querido, não vou entrar nessa polêmica do mundo atual. Mas, ainda assim, a cantora lamenta o momento de tristeza na pandemia vivido pelo Brasil e pelo mundo. E mede as palavras para pedir em alto e bom som a saída do presidente Jair Bolsonaro.
da redação, com informações da Folha de S. Paulo