Mulheres se unem para combater violência doméstica em comunidade de Bayeux

By 8 de março de 2021Lute como uma garota

Pelas ruas pavimentadas e as de terra batida do Conjunto Mário Andreazza, em Bayeux, o vai e vem de várias mulheres que lutam pela igualdade de gênero tem feito a diferença ao acolher, orientar e encaminhar muitas dessas mulheres para a rede de enfrentamento à violência doméstica. São Danielas, Irenildas, Josefas, Marias. Muitas Marias reencontrando sentidos na vida por conta da atuação de educadoras e militantes que atuam em defesa dos direitos das mulheres.

Construído às margens da BR-230, o Conjunto Mário Andreazza possui uma população de aproximadamente 18 mil pessoas. Desse contingente, em torno de 36% é de uma população juvenil, mais vulnerável à violação de direitos. Mas, isso não impede que os números de violência de gênero sejam preocupantes.

De acordo com Diagnóstico das Ocorrências de 2020, a violência doméstica no bairro chegou a 79 ocorrências, o que representa 10,9% do total dos chamados. Os dados fazem parte do monitoramento que a 4ª Companhia Independente de Polícia Militar. O capitão Alexandro de Souza Silva explicou que a PM integra a Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher e o levantamento feito tem sido fundamental para saber as áreas em que tem ocorrido casos de violência contra as mulheres. “A viatura vai até o local da chamada e os policiais orientam a vítima quando não há o flagrante ou conduzem as partes para a Delegacia da Mulher. Com esse monitoramento das ocorrências tem sido possível conhecer esse aspecto da violência e traçar estratégias de prevenção, inclusive, junto à Rede de Enfretamento à Violência Contra a Mulher, da qual a Polícia Militar faz parte”, frisou.

Dada à complexidade do assunto, o Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste (SPM-NE) e o Centro de Mulheres Jardim Esperança coordenam a Rede Carolinas, que integra entidades governamentais e não-governamentais para atuarem na defesa dos direitos da mulher e discutir toda a parte da política pública. O Centro da Mulher Jardim Esperança também oferta às mulheres do bairro atividades físicas com policiais militares da Unidade de Polícia Solidária.

Maria Jucelina de Lima, coordenadora do Centro de Mulheres Jardim Esperança

A educadora e representante do Serviço Pastoral dos Migrantes Nordeste na Rede Carolinas, Íris Silva, reforça que a rede é uma grande articulação para que a política da mulher esteja integrada e toda a rede socioassistencial tenha um funcionamento integrado, atendendo às necessidades das mulheres. “Nosso intuito é o de minimizar a questão da violência no município de Bayeux, empoderando e fortalecendo essas mulheres para que elas saiam e quebrem o círculo da violência a partir das denúncias feitas junto às ferramentas de políticas públicas que estão garantidas para as mulheres”, frisou.

É por conta do trabalho de mulheres quase anônimas, educadoras sociais, gestoras públicas integradas nessa rede que o trabalho de acolhimento, orientação e encaminhamento tem se fortalecido diante da violência contra a mulher.

A coordenadora do Centro de Mulheres Jardim Esperança, Maria Jucelina de Lima, explicou que o espaço atende mulheres que são vítimas da violência doméstica diariamente. “Um dos maiores desafios é receber essas mulheres diariamente aqui em nosso espaço e encaminhá-las para os órgãos competentes e muitas das vezes ainda existem falhas, o que dificulta o nosso trabalho”, disse.

Acompanhe alguns depoimentos e se emocione junto com a gente:

Maria das Dores da Silva Lima, 63 anos, aposentada:

 

Leonilda França dos Santos, 59 anos, catadora de material reciclável:

 

Daniela Barbosa, 45 anos, integrante do Centro da Mulher:

 

Irenilda Belmiro, 65 anos, aposentada:

Leave a Reply

%d blogueiros gostam disto: