Um estudo desenvolvido pela Universidade de São Paulo (USP) entre os meses de maio e junho de 2020 com homens e mulheres dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal mostrou que foram as mulheres que tiveram a saúde mental mais afetada nessa pandemia. Conforme a pesquisa, 40,5% afirmaram ter sintomas de depressão, 34,9% transtorno de ansiedade e 37,7% de estresse.
Na terça-feira, dia 9, a partir das 15h, o tema vai ser pauta da palestra “Os impactos da pandemia na vida e na saúde mental das mulheres”, ministrada pela psicanalista, mestre em planejamento e políticas sociais pela London School of Economics, Ivanisa Teitelroit Martins, e transmitida pelo canal da ADUFPB no youtube.
“Nós sabemos que, com o isolamento, uma série de fatores tem contribuído para o esgotamento, a instabilidade emocional e as alterações no campo psíquico e físico das mulheres. Por isso entendemos como urgente um debate sobre esse tema da saúde mental”, explica Sandra Luna.
Segundo ela, já sobrecarregadas com as tarefas domésticas, as mulheres sofreram mais com as mudanças do chamado “novo normal”, como o aumento dos cuidados com a higienização da casa e dos objetos. A “tripla jornada” de trabalhadora, mãe e dona de casa se transformou numa jornada única, mas com tarefas múltiplas e simultâneas que não têm hora para acabar. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Paraíba é o estado do país com maior diferença entre homens e mulheres na quantidade de horas dedicadas ao trabalho doméstico. Elas chegam a passar 13 horas a mais que eles por semana cuidando da casa.
“A sobrecarga de coisas a fazer, a preocupação, a ansiedade, a angústia com o isolamento em si, o sofrimento, a dor, a expectativa com a vacina e a falta de um planejamento claro para lidar com a pandemia: tudo isso tem contribuído de maneira muito negativa para a saúde mental das mulheres”, avalia Sandra Luna.
A psicanalista Ivanisa Teitelroit Martins, convidada para falar sobre o tema dos impactos da pandemia na saúde mental, é mestre em Psicologia Clínica e especialista em teoria psicanalítica. “Ivanisa Martins é uma mulher de muita experiência, representa muito bem os movimentos de mulheres, as lutas e tem muita experiência em gestão pública. E, além disso, atende na clínica e com certeza acumulou nesse último ano experiência e informações que podem enriquecer o debate sobre a saúde mental na vida das mulheres’, acrescenta a diretora Cultural da ADUFPB.
da assessoria da ADUFPB