Zilma Barros, advogada, especial para o Paraíba Feminina
Jornalista, âncora e editor chefe do jornal mais influente do país, da empresa de televisão do maior grupo de comunicação de massa, Bonner vai para o céu?
Atualmente, sempre enlutado pelas mais de 250 mil mortes por Covid ou em decorrência dela, se solidarizando com os famílias atingidas pela tragédia, fez do jornal sob seu o comando uma “tabua de salvação” para informações absolutamente necessárias ao enfrentamento da pandemia, negadas pelo governo, demonstrando, incansavelmente, a incompetente e desastrosa administração de Jair Bolsonaro.
Será que Bonner vai para o céu?
Mas e se Bonner for cúmplice das mais de 250 mil mortes, ainda assim ele vai para o céu?
E se na hora da passagem, assim como João Grilo, ele se deparasse com um negro chamado Jesus, um acusador diabo e pedisse socorro à Maria, mãe de Jesus? Bonner iria para o céu?
Jesus perguntará ao diabo, que requererá ao editor chefe fazer parte de seu caloroso inferno, quais os pecados praticados por Bonner, e o mesmo relatará:
– Aceitou ser o publicitário, roteirista e modelo que criou e protagonizou a interrupção do governo da Presidenta Dilma Rousseff, eleita democraticamente, como medida preparatória para tornar Luiz Inácio Lula da Silva, inelegível, instigando o nascimento da polarização na política brasileira.
Em decorrência das acusações já mencionadas, acabou por ajudar a provocar a partida precoce da esposa, companheira de uma vida do ex-presidente petista.
Ainda por conta das atrocidades que ajudou a realizar, causou efeitos que impediram o ex-presidente petista a se despedir do irmão e de curtir os últimos dias de vida do seu neto.
Para fechar as acusações, abriu o caminho e possibilitou a eleição de um falso profeta chamado Jair Bolsonaro, homem declaradamente racista, homofóbico, machista, fascista, enfim, o homem que será meu sucessor no comando do inferno.
Convencido pelo demônio, Jesus, o enviou ao inferno, mas antes de sua entrada nas portas demoníacas, Bonner implora e clama por Maria.
E aí vem Maria, mãe de Jesus, sempre em defesa de seus filhos, eterna advogada, e tenta derrubar os argumentos do diabo, evidenciando que Bonner se arrependeu, transformou o jornal do qual era editor chefe, jornalista, publicitário e âncora em um mural de homenagens aos mortos pela pandemia e pelo combate incansável à desinformação, trilhou o caminho da interrupção do governo genocida ou, no mínimo, evitou sua reeleição.
Em tréplica o diabo, revoltado com a defesa de Maria, esbraveja: – Mas Bonner foi um dos principais arquitetos de toda desgraça brasileira, indiretamente, participou, culposamente, de cada uma das mortes que lamenta, de cada ato irresponsável do desgoverno e de tantos outros crimes necessários para que o meu sucessor, Jair, acontecesse. Ele não merece o perdão.
Jesus, então, ofereceu a Bonner, inferno ou retornar para sofrer todas as consequências de seus atos.
Bonner não vai para céu.