Daiane dos Santos e a pressão estética: “parece que as pessoas desejam que você congele”

By 23 de março de 2021Lute como uma garota

Daiane dos Santos criou dois movimentos que foram eternizados pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) e hoje levam o seu nome: o duplo twist carpado (Dos Santos I) e o duplo twist esticado (Dos Santos II). Somando suas participações nos Jogos Pan-americanos Winnipeg 1999, Santo Domingo 2003 e Rio 2007, a ginasta possui cinco medalhas: duas de prata e três de bronze.

 

Primeira campeã mundial da ginástica artística brasileira, em Anaheim 2003, Daiane dos Santos sempre teve o solo como especialidade. Foi neste aparelho que a gaúcha se tornou um dos principais nomes da modalidade no início do século 21. Um currículo invejável e uma trajetória de campeã.

Mesmo assim, ex-ginasta sofre pressão estética desde que se aposentou do esporte, em 2012.

“É muito difícil você ser uma pessoa pública e não passar por uma situação dessa. Parece que as pessoas desejam que a gente congele. A gente vai envelhecer. Teve muito essa pressão. Eu saí da ginástica e engordei 15 quilos. É muita coisa. E eu sou baixinha, imagina, 15kg para quem tem 1,47 (metros de altura)”, disse ela, num papo sobre pressão estética no podcast “Porta aberta”.

Atualmente com 38 anos, a campeã mundial de ginástica lembra que na época em que competia pesava 43 kg.

“Eu tava passando por uma transição, que também seria corporal. Eu treinava em média 8 horas por dia, também tinha a questão alimentar, que era diferente. Eu trabalhava com o meu corpo, hoje eu não trabalho mais. Eu posso ser uma pessoa normal. Eu visto calça 36/38 hoje. Vestia 32”, conta.

Daiane falou também de questões como o julgamento, gordofobia, intolerância e preconceito com pessoas que estão fora do padrão estético impostos pela sociedade.

“Esse julgamento das pessoas, tipo, ‘nossa, mas você está gorda’, ‘você está enorme’, tiverem várias coisas. Tiveram piadinhas, desenhos.. E aí que e eu falo: ‘Graças a Deus, e que coisa boa que meus pais me prepararam para eu entender a cabeça do outro e refletir sobre o que eu acho sobre isso’. Todas as atletas que eu conheço, passaram por essa fase de adaptação corporal. Uma hora vai estabilizar. Estou passando por esse processo ainda”.

Ela também contou que retornou às atividades físicas: “Hoje, eu estou tentando manter uma atividade física, até porque eu sou uma educadora física. O cuidado com o corpo não é uma questão estética, é de saúde. Acima de tudo, você precisa entender como você está se sentindo e se está com saúde.”

da redação, com informações do IG

 

 

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