O incêndio criminoso que matou uma mulher é a ponta do iceberg de mais uma história de violência doméstica

By 2 de abril de 2021Justiça, Machismo mata

 

Mauriceia era conhecida como uma pessoa alegre e que tinha o sonho de se tornar empreendedora. Ela trabalhava há dois meses em uma loja como auxiliar administrativo e se graduou em Administração no início de março. Tinha o   sonho de se formar e ter a própria empresa. Era sempre alegre e brincalhona.

Os sonhos de Mauriceia Estraich, de apenas 21 anos, foram interrompidos de forma trágica num incêndio criminoso, provocado, ao que tudo indica, pelo próprio cunhado.

O caso aconteceu na cidade de Descanso, a 664 quilômetros de Florianópolis, no último domingo (28), e o cunhado, irmão do namorado da vítima, foi preso nesta quinta-feira (1º), como principal suspeito.

De acordo com o delegado Cléverson Muller, a investigação apontou indícios de que as chamas foram provocadas por um ato criminoso e não por um acidente.

Foram encontradas lesões de agressões físicas pelo corpo de Mauriceia, o que, para a polícia, não é comum em caso de vítimas carbonizadas. A perícia ainda verificou que a jovem inalou fumaça antes de morrer, o que indica que estava viva quando as chamas começaram. A investigação trata a morte como feminicídio, com uso de fogo.

“Chamou bastante atenção o fato de a vítima ser alguém jovem, sem limitação física ou mental que a impedisse de sair da residência, que era de madeira. Ela teria condições de deixar o imóvel. No corpo da Mauriceia, havia indícios incomuns em caso de carbonizado. Isso reforçou a nossa tese de que esse incêndio não foi acidental. O laudo ainda vai apontar a origem dessas lesões”, afirmou o delegado.

“Chamou bastante atenção o fato de a vítima ser alguém jovem, sem limitação física ou mental que a impedisse de sair da residência, que era de madeira. Ela teria condições de deixar o imóvel. No corpo da Mauriceia, havia indícios incomuns em caso de carbonizado. Isso reforçou a nossa tese de que esse incêndio não foi acidental. O laudo ainda vai apontar a origem dessas lesões”, afirmou o delegado. A Polícia Civil prendeu o cunhado da vítima após tentativa de fuga para não comparecer à delegacia para ser ouvido e contradições durante o depoimento. O namorado de Mauriceia não estava na casa durante o crime.

A Justiça decretou ontem a prisão temporária do suspeito com base nas provas apresentadas pela delegacia de Descanso. A Polícia Civil não divulgou dados da identidade, como nome e idade, para não atrapalhar as investigações. O que ainda não se sabe é a motivação para o crime.

“Esse suspeito esteve na residência antes do horário do início do incêndio. É um fato importante que convenceu a Justiça pelo mandado de prisão temporária. Além disso, dois cachorros da vítima se salvaram, saindo da casa. Com isso, reforça a tese de que em algum momento essa porta foi aberta antes do incêndio.

Outro fato é o de que o suspeito sabia que a vítima estava sozinha no imóvel”, disse o delegado. O inquérito ainda ouvirá mais testemunhas e aguarda a conclusão de laudos periciais definitivos do incêndio e do corpo da vítima. Um deles deverá apontar se Mauriceia teve fratura nos ossos.

da redação, com UOL

 

 

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