Prestem atenção nesses números: Em 2020, foram registradas 55 mortes maternas na Paraíba, sendo 10 por consequência da Covid, que corresponde a 18,2% dos óbitos. Passado o primeiro trimestre de 2021, já foram registradas 7 mortes maternas, sendo 4 por covid, ou seja, 57% das mortes maternas na Paraíba foram em decorrência da covid. Um aumento de 200% no percentual de morte materna.
Campina Grande e João Pessoa, registraram, cada um, 2 mortes maternas por covid em 2020. Os outros municípios são Água Branca, Cabedelo, Cuitegi, Mamanguape, Riacho dos Cavalos e Santa Rita.
Já em 2021, os 4 óbitos estão distribuídos nas cidades de Alagoa Grande (1), Belém (1) e Santa Rita (2), que amarga o título de cidade paraibana com maior número de morte materna por covid, ultrapassando João Pessoa e Campina Grande. Santa Rita também é o único município da Paraíba que registrou mortes maternas em 2020 e 2021.
Os números foram disponibilizados pela Secretaria de Saúde do Estado e mostram que a realidade da Paraíba não está distante da nacional.
Das 160 mortes maternas conhecidas e notificadas em todo o mundo por covid-19 entre 26 de fevereiro e 18 de junho de 2020, 124 ocorreram no Brasil. Dessas 124 mulheres, 64% foram entubadas e ventiladas e 36% não receberam a assistência adequada. O levantamento preliminar nacional é do Grupo Brasileiro de Estudos sobre COVID-19 e Gravidez, a partir de dados públicos do Sistema de Informação Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe). São consideradas mortes maternas aquelas que ocorrem durante ou até 42 dias após o término da gestação, inclusive mortes por aborto.
O dado nacional é alarmante e pode representar um cenário ainda pior se considerarmos a grande subnotificação e subregistros das mortes maternas. Se a mortalidade materna antes da pandemia já era preocupante, com o coronavírus, a situação está caótica principalmente pelo desinvestimento do governo federal na saúde pública.
As grávidas são sim um grupo de risco. Independente de decretos governamentais, é preciso ligar o sinal vermelho. O vírus não respeita decretos, nem normas, nem toque de recolher.
Se previnam, fiquem em casa, só saiam se for muito necessário. Se forem sair, usem máscara, não aglomerem e redobrem os cuidados com a limpeza das mãos.