Machismo, racismo e homofobia! As lições do BBB 21 são choque de realidade do Brasil de Bolsonaro

Estamos no Brasil de 2021 e não temos como fugir do assunto: Big Brother Brasil. Mesmo quem não gosta e não assiste, não consegue se livrar da pauta. Agora vamos falar do Jogo da Discórdia, que acontece todas às segundas-feiras. O nome por si só já precede uma lavagem de roupa suja, e a roupa de ontem, além de suja, estava acumulada.

Arthur, o crossfiteiro (seja lá o que isso signifique), foi o típico boy lixo. Aquele das agressões passivas, o moço que te trata bem antes da conquista e depois de trata feito lixo quando sente que conquistou a “presa”. Falamos disso aqui. Também foi desrespeitoso além do limite com nossa Juliette por diversas situações. Ontem a paraibana deu o troco, e numa sustentação de defesa digna dos melhores tribunais de justiça, falou o que todas nós mulheres gostaríamos de ter falado em algum momento da nossa vida.

Rodolffo, o agroboy podre de rico, foi homofóbico em diversas situações, tanto contra o Lucas (que não aguentou o tranco, e nós não o julgamos por isso), quanto com o Gil. Mas no último sábado, o racismo do sertanejo extrapolou finalmente. E na noite de ontem, João, vítima direta desse racismo, conseguiu botar pra fora sua dor, sua revolta, e seu cansaço. Não é nosso lugar de fala discorrer sobre os sentimentos de João, mas sentimos aquele nó na garganta.

Mesmo diante daquelas cenas, houve quem defendesse Arthur e especialmente, Rodolffo. Chamaram a dor do João de mimimi, de vitimismo, de encenação. Houve quem passasse pano, “ele não tinha a intenção”, “ele não fez por mal”, “quanto exagero”. Pois é. Debochar e duvidar de uma dor que você não sente é muito fácil.

Mas o que isso tem a ver com Bolsonaro? Na verdade, tudo.

Ver esse tipo de questionamento, falta de empatia, cegueira, ignorância, arrogância, e por que não dizer, estupidez humana, mostra exatamente o motivo de estarmos aqui hoje. Foram essas pessoas que elegeram esse ser humano  inapto, ignorante, cego e arrogante para a presidência.

Fazer uma análise sociológica/antropológica de um programa com um número reduzido de pessoas onde o objetivo é aparecer, pode parecer, e é, simplório demais. Mas são exatamente as discussões sociais que se desenvolvem a partir do jogo, que conseguimos entender qual país nós vivemos.

Rodolffo é só um lá na casa mais vigiada do Brasil. Mas aqui fora são milhares, milhões. E quando ele sair do BBB, porque ele vai sair, aqui fora o representante supremo de toda essa sujeira vai continuar no lugar que ele está, e infelizmente, nossa votação será apenas em 2022.

 

Leia mais

O péssimo exemplo de Sarah reflete a onda negacionista até dentro do BBB 21

Leave a Reply

%d blogueiros gostam disto: