“Enquanto todo mundo me chamava de doido, dizia que eu precisava acordar pra vida, eu buscava meu sonho de fazer um doutorado nos Estados Unidos. Entrei no BBB enquanto buscava esse sonho há dois anos e aqui estou eu com a minha aprovação e uma bolsa pra estudar na Universidade da Califórnia”. Essa foi a declaração de Gil do Vigor, em entrevista nesta segunda-feira (3) à Ana Maria Braga.
Vivendo no eterno mantra do Vigor, onde a superação é a palavra de ordem, Gil explicou pra apresentadora como o seu apelido é o respaldo da sua luta por sempre melhorar naquilo em que ele tá fazendo. “Aprendi desde cedo que é pra botar pra ‘torar’ em qualquer tarefa e sigo isso. Quando coloco algo na cabeça, vou de corpo e alma. Com vigor. E repetia tanto isso que acabou virando meu apelido”, resumiu.
Nascido em 14 de julho de 1991 em Jaboatão, se formou doutorando em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco. Filho de mãe que sofria violência doméstica, com um pai alcoólatra (que sumiu e voltou depois que o filho já estava famoso), nordestino, gay e negro, Gil teve de superar muitas adversidades para conseguir se formar e fazer um mestrado. Como o BBB pontuou diversas vezes durante o programa, foi missionário Mórmon que sofreu bullyng e homofobia, e que diante de tantas adversidades, conseguiu passar no PHD. Na verdade, em dois: na Universidade do Texas e na Universidade da Califórnia.
A trajetória de Gil do Vigor, independente de BBB, já seria vencedora. Ele seria um dos finalistas, mas as más interpretações dos próprios sentimentos fizeram com que o própria se retirasse da grande final. Quem julga? Para alguma pessoas, é difícil compreender o que a falta de acolhimento, carinho e aceitação podem fazer com a nossa mente, e Gil foi mais um que caiu nessa armadilha.
Alguns o chamam de “vencedor moral do BBB21”, o que não deixa de ser verdade. Gil volta pra casa com um carro novo, dinheiro suficiente pra garantir um pouco de conforto aos seus, milhões de seguidores e admiradores, possibilidades dentro do mercado publicitário, e dois PHD’s.
Talvez o maior legado que ele tenha deixado para quem o segue e o admira seja esse: um menino gay afeminado, pobre e vivendo uma infância cheia de violência e adversidades, tem sim o direito de sonhar.
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