Mesmo estando no centro dos absurdos da CPI da Covid, médicos de Campina continuam receitando cloroquina até para gripe

O Hospital Pedro I, referência no tratamento da covid-19 em Campina Grande, continua receitando o kit covid para pacientes. Um paciente que chegar à unidade já partir  dos primeiros sintomas, recebe uma receita médica com o kit covid, mesmo sem qualquer exame.

Foi o que apontou uma denúncia feito por uma paciente à redação do Paraíba Feminina, e que preferiu não se identificar.

De acordo com a receita, enviada com exclusividade e com a data desta sexta-feira (7), consta o uso hidroxicloroquina, azitromicina durante 5 dias; três comprimidos numa dose única de ivermectina; e dipirona para dor e febre. A receita, assinada e carimbada por um médico da unidade, causou revolta no paciente.

“Ela chegou ao hospital com sintomas de gripe, sem febre. Não foi testada para covid, mas recebeu a receita do kit. Mesmo tendo recebido as duas doses da vacina, recebeu o receituário do kit sem testagem e sem responsabilidade. A família irá acionar o Ministério Público”, afirmou a filha da paciente.

O uso de medicamentos sem eficácia, presentes no kit covid-19, colocou cinco pacientes na fila do transplante de fígado em São Paulo. Os remédios, defendidos por Jair Bolsonaro e médicos negacionistas, também é investigado por matar outras três pessoas por hepatite. De acordo com reportagens do Estadão, publicadas em março, o kit covid-19 também pode ter causado hemorragias, insuficiência renal e arritmias em pacientes que fizeram uso dos medicamentos. Entre os remédios usados, estão: hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina e anticoagulantes – todos sem eficácia contra a doença.

A CPI da Covid, iniciada na última terça-feira (4) colocou o uso da cloroquina como pauta principal. É consenso entre a Comissão Parlamentar, e especialmente dentro da ciência, que esses medicamentos não possuem nenhum respaldo comprovado de sua eficácia. Apenas a ala bolsonarista continua a fazer sua defesa, além do próprio presidente.

Tentamos contato com o secretário de Saúde de Campina Grande, Felipe Reul, mas até o fechamento desta edição, não retornou nossas ligações. O espaço está aberto.

 

 

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