Toda mãe brasileira tem um pouco de Dona Hermínia dentro de si

Extrovertida, mandona, briguenta e exagerada. Também é muito amorosa, e se alguém ousar encostar nos seus filhos, ela vira uma leoa.

Estamos falando sim da Dona Hermínia, mas esse perfil pode perfeitamente se encaixar em qualquer outra mãe de qualquer outro lugar do país. Capaz que ela pareça com a sua mãe. Eu me pareço com ela.

O perfil da celebrada Dona Hermínia foi moldado na professora aposentada Déa Amaral, de 73 anos, mãe do ator Paulo Gustavo, que nos deixou no dia 4 de maio, vítima da Covid. Para além da dor dessa perda e em tudo o que ele ainda representa (Rir, minha gente, é um ato de resistência, dizia ele na sua mensagem final para o público), Paulo nos deixou Dona Hermínia como um presente.

“Dona Hermínia é a imagem estrutural desta mãe devastadora, desajeitada, mas profundamente bem-intencionada e amorosa, que todos nós tivemos, ou gostaríamos de ter tido. Ela representa a mãe solo, ou quase solo, que fez das mulheres aguerridas uma nova marca em nossa cultura. Ela representa uma espécie de indeterminação de identidade, um homem fazendo papel de mulher e mãe, que permite assim que inúmeras identidades se vejam incluídas e representadas”, afirmou Christian Dunker num artigo para a Revista Época.

A personagem mais icônica da carreira do humorista Paulo Gustavo tem a cara, as frases e, talvez, até a voz igual à de muitas mães no Brasil.

Toda mãe brasileira também tem um pouco de Dona Hermínia dentro de si.

 

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