O apresentador Sikera Jr. ganhou fama e dinheiro por destilar ódio e ignorância. Saiu da Paraíba sem deixar saudade, mas sempre há quem pague pelo veneno. Além de continuar com fama e dinheiro, ele ainda tem a justiça ao seu lado.
O “apresentador” foi absolvido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), em segunda instância, no processo movido pela modelo transexual Viviany Beleboni. A decisão ainda cabe recurso. No ano passado, o apresentador usou a imagem de Viviany ao fazer um comentário sobre um crime cometido por um casal lésbico. Se referindo aos gays, Sikera Jr. mencionou o termo “raça desgraçada” ao exibir a imagem da modelo fazendo uma representação de crucificação na parada LGBT de 2019. Apesar de condenado em primeira instância, o comunicador foi absolvido e o juiz reduziu seu ato a uma crítica, sem intenção de ofensa.
Em primeira instância, Sikêra Jr. foi condenado a pagar R$ 30 mil. De acordo o desembargador Rodolfo Pelizzari, o apresentador não teve o intuito de ofender a modelo e sim fazer uma crítica. Segundo ele, o Estado não pode censurar o direito de se dizer o que pensa, por mais que possa “até ser um equívoco crasso”.
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O apresentador ainda afirmou que “os homossexuais estão arruinando a família brasileira“. No entanto, Pelizzari não viu ato ilícito na ação. “Em verdade, a crítica foi dirigida à toda a comunidade LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais], de forma genérica. A conduta do apresentador não é ilícita, sendo uma mera crítica por entender que sua religião havia sido ofendida por homossexuais, a quem entende serem avessos a Jesus”.
Não temos aqui a intenção de desmerecer o trabalho e a competência do desembargador, mas aparentemente, ele não entendeu o protesto.
Em todo caso, Sikêra Jr. conta com a amizade do clã Bolsonaro. Se a decisão foi baseada nessa “rede de apoio”, nunca saberemos. O que sabemos à princípio, é que dependendo de quem você é e do cargo que ocupa, o Brasil te dá o direito de humilhar e atacar quem bem quiser, e as vítimas que lutem.
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