Uma mulher de 25 anos pulou do 3ª andar de um prédio no bairro do Imbuí, nesta quarta-feira (25), em Salvador (BA). Conforme a Polícia Civil, a vítima, que está internada no Hospital Geral do Estado (HGE), com suspeita de fratura nas pernas, afirmou ter tomado a medida após ser mantida em cárcere privado pela patroa, identificada como Melina Esteves França.
A Polícia Civil disse ainda que o caso é investigado pela 9ª Delegacia Territorial (DT/Boca do Rio). Não há informações se a patroa foi presa ou ouvida. A polícia disse que mais detalhes não estão sendo divulgados para não prejudicar as investigações.
De acordo com o advogado de Raiana Ribeiro da Silva, de 25 anos, a mulher morava na cidade de Itanagra, no litoral norte baiano e a cerca de 150 km da capital baiana. Ela encontrou uma vaga de emprego através de um site e mudou-se para Salvador ao acertar a contratação por telefone com a patroa. Segundo informações da vítima, na capital baiana, ela iniciou o trabalho na quinta-feira (19).
Segundo ela, as agressões começaram após comunicar à patroa, identificada como Melina Esteves França, que queria deixar o emprego.
Ainda segundo a defesa, a babá conseguiu mandar áudio para família com pedido de ajuda, mas o aparelho celular foi recolhido pela patroa. Os familiares foram até Salvador em busca da vítima e não conseguiram encontrar o condomínio.
“Oh, meu Deus, chama a polícia. Eu estou sendo agredida aqui. Estou sendo agredida aqui, nega, no trabalho, no Imbuí. Chama a polícia, chama a polícia, por favor, por favor.”
A defesa conta também que a mulher ficou desesperada após ser trancada no banheiro do apartamento, mas conseguiu passar pelo basculante e se jogou caindo no parapeito do 2º andar.
“Ia fazer oito dias hoje [que estava trabalhando lá], mas a agressão começou na terça-feira. Começou porque eu falei para ela que não dava mais para mim, que eu ia sair na quarta-feira. Aí ela falou: ‘Vou te mostrar, vagabunda, se você sai’. E aí começou a me agredir”, disse a jovem.
A jovem sobreviveu à queda, mas sofreu uma fratura no pé. Ela recebeu alta médica ainda na quarta, mas terá que ficar alguns dias sem sair da cama. Carregada, ela prestou depoimento à a polícia nesta quinta-feira (26).
Ela foi socorrida por moradores do prédio e levada por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Geral do Estado. O estado de saúde dela é estável.
Mais vítimas
De acordo com uma vizinha do condomínio, a jovem pode não ter sido a primeira vítima.
“Já é a segunda pessoa que sai daqui desse jeito. A outra saiu daqui correndo com murro no olho. Correndo mesmo no condomínio. Ela desceu e saiu correndo da patroa”, relata.
Além do relato da vizinha, o advogado Bruno Oliveira, que representa Raiana, disse que outras duas pessoas fizeram relatos nas redes sociais, contando que teriam trabalhado para a mesma mulher e sofrido as agressões semelhantes.
“Uma delas já nos contatou. [Ela] estava apreensiva, com medo de fazer o Boletim de Ocorrência, mas com nosso apoio, vamos apresentá-la hoje à tarde. O nome dela é Ana Cristina”, detalhou
O advogado explicou que a mulher decidiu registrar o B.O. após ver o que aconteceu com Raiana. “Ela se sensibilizou e, para poder evitar que tenham novas vítimas, ela decidiu colaborar também”.