Laudo diz que assassino de estudante não tem doença mental; ele postou o crime nas redes sociais

By 10 de setembro de 2021Brasil, Justiça, Machismo mata

Em fevereiro desse ano, Guilherme Alves Costa, de 18 anos, foi preso em flagrante após assassinar a facadas Ingrid Oliveira Bueno da Silva, de 19 anos. Após esfaquear a jovem, Guilherme gravou um vídeo em que ri da situação e confirma ter cometido o crime.

Defesa alega que Guilherme Costa teve ‘surto psicótico’, mas exame descarta perturbação mental durante crime em fevereiro.

Laudo feito por peritos médicos indicados pela Justiça de São Paulo concluiu que o estudante  que usou uma faca e uma espada para matar a gamer Ingrid Oliveira Bueno da Silva, de 19 anos, não possuía nenhuma doença ou perturbação mental quando cometeu o crime.

O exame de insanidade mental havia sido feito em abril a pedido da defesa do réu. Seus advogados suspeitam que Guilherme matou a vítima durante um “surto psicótico”, e, que por este motivo, precisaria ser levado para tratamento num hospital psiquiátrico em vez de continuar preso. Apesar de ter confessado o crime, o estudante nunca explicou por que assassinou Ingrid.

Mas como o resultado do teste o considerou “imputável” (ou seja, que pode responder criminalmente pelo que fez), o acusado poderá ser levado a júri. Até a última atualização desta reportagem, a juíza Michelle Porto de Medeiros Cunha Carreiro, da 5ª Vara do Júri, não havia decidido, no entanto, se ele será submetido a um julgamento popular.

O estudante responde por homicídio. Em caso de condenação, a pena para esse tipo de crime pode chegar a 30 anos de prisão (tempo máximo que uma pessoa pode ficar presa pela lei brasileira).

A defesa de Guilherme contestou o resultado do exame que o considerou um criminoso comum.

“Estamos tentando uma contraprova desse laudo de insanidade mental”, falou o advogado João Marcos Alves Batista, que atua na defesa do réu ao lado do também advogado William Vinicius Sartorio de Andrade.

“A defesa ainda defende a tese de que o Guilherme precisa de um tratamento, precisa de uma absolvição imprópria, com aplicação de medida de segurança”, disse João. “Pois ele não pode cumprir sua pena e retornar para a sociedade sem um devido tratamento para os sintomas que ele apresenta, para as doenças mentais e tudo”.

Na opinião de seus advogados, Guilherme possui “esquizofrenia e distúrbios de psicopatia”. A defesa, porém, não tem nenhum documento que comprove isso. E pretende contratar um perito particular para emitir um laudo que corrobore com essa tese.

“Dentro da prisão, o Guilherme escuta vozes e sofre com os sintomas”, falou o advogado, que ainda não tem uma explicação sobre o motivo que fez seu cliente matar Ingrid. “Não sabemos informar o real motivo, pois nem ele mesmo sabe o explicar. Nossa opinião é que ele teve algum ataque ou surto psicótico. Ele não sabe nos informar, porque nos disse que não lembra de mais nada do que houve naquele quarto.”

da redação com informações do G1

 

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