Experimento cênico-virtual do grupo paraibano acontece em diferentes plataformas digitais, como WhatsApp, Instagram e Zoom. Público determina os rumos do espetáculo com a escolha das cenas, que variam a cada apresentação, possibilitando até 144 versões
Em mais uma jornada, o grupo Parahyba Rio Mulher, com sede em João Pessoa, capital da Paraíba, conduz a plateia por um jogo digital no experimento cênico-virtual EU-CASA, que está finalizando a temporada gratuita no mês de outubro. O evento, que é realizado com recursos da Lei de Emergência Cultual Aldir Blanc, continua a temporada nos dias 23 e 24 de outubro, neste sábado e domingo, às 20h, na plataforma do grupo e perfil @parahybario. O ingresso será disponibilizado gratuitamente através do WhatsApp (83) 99104-3669. No segundo espetáculo do coletivo, o público realiza uma visita à casa do elenco (formado só por atrizes), percorrendo os espaços do lar e os espaços de suas próprias histórias.
Com dramaturgia de Débora Gil Pantaleão e encenação do próprio grupo, EU-CASA traz no elenco as atrizes Cely Farias, Jinarla, Kassandra Brandão e Natália Sá, que ao lado de Gabriela Arruda e da dramaturga foram as criadoras da montagem. A performance virtual multiplataforma e interativa conta com recursos do WhatsApp, Instagram e Zoom e acontece ao vivo.
Criado durante a pandemia, quando as integrantes do Parahyba Rio Mulher passaram os encontros presenciais para a virtualidade com o objetivo de manter os laços afetivos e de trabalho, EU-CASA teve como disparador as dores e delícias do confinamento. “A falta dos encontros, a busca por afetividade e a construção de uma nova relação com nossas casas estão presentes na montagem”, conta a atriz Natália Sá.
Passeio pelas casas
EU-CASA estimula as memórias e a relação entre o corpo e casa, a própria história de cada participante e seu estar no mundo. A interação por vídeo não é obrigatória ao público, mas, as atrizes se revelam e, ao compartilhar sua intimidade, provocam cada pessoa da plateia a um passeio pelo tempo-espaço dos aplicativos digitais, dos cômodos da casa e do seu próprio corpo-casa-mundo.
O público que ora assiste, ora interage, tem uma participação efetiva, como em um jogo, seja quando interfere diretamente nas cenas, seja na escolha das próximas cenas ou motes. Por meio de enquetes, algumas escolhas são postas a cargo do público, que acaba por determinar os rumos da apresentação e sua própria trajetória neste passeio. O trabalho possui configurações que variam a cada sessão, possibilitando várias versões do espetáculo.
Para uma conexão entre as histórias e os universos das casas das atrizes, o grupo convidou a escritora paraibana Débora Gil Pantaleão para elaborar a dramaturgia por meio do seu livro de contos Nem uma vez uma voz humana, que serviu como inspiração.
História da Paraíba
O grupo carrega em seu histórico a montagem do espetáculo Parahyba Rio Mulher, que apesar de ser um espetáculo de rua, foi quase que completamente construído de maneira remota, através de chamadas de vídeo. A peça contava a história do Estado da Paraíba por meio do olhar de uma mulher, Anayde Beiriz.
Segundo a atriz Jinarla, EU-CASA consolida uma metodologia de trabalho já experimentada, e ganha novo corpo ao estabelecer essa relação também com o público. “Agora buscamos a interatividade e a virtualidade, mas de uma maneira mais visceral. Afinal, as atrizes abrem suas próprias casas de uma forma íntima, mas extremamente vulnerável”, explica ela.
com informações da assessoria