Escritoras usam lendas urbanas para narrar casos de violência contra mulher em livro juvenil ambientado em Santos

By 3 de novembro de 2021Cultura, Lute como uma garota

Maria Valéria Rezende e Vanessa Ratton narram os “Encontros à Hora Morta” em lançamento pela Florear Livros

Quais são as lendas e fantasmas da cidade de Santos (SP)? Existe algo a mais naquele horário que você sempre acorda por volta das 3h da madrugada? Ele também é conhecido como ‘hora morta’ e é com base nessas perguntas que as escritoras Vanessa Ratton e Maria Valéria Rezende escreveram “Encontros à Hora Morta”,  obra lançada pela editora Florear Livros. Com ilustrações de Alexandre Camanho, o livro é voltado a jovens com idade a partir de 14 anos.

Nas 196 páginas, a obra investiga lendas urbanas da cidade litorânea e apresenta fantasmas de mulheres que foram assassinadas ou violentadas pela moral social e política da época dos crimes, com uma alusão inclusive à Patrícia Galvão, conhecida como Pagu, a primeira mulher presa política.

O livro traz também as histórias de horror do Navio Raul Soares, um lugar de tortura durante o regime militar brasileiro no Porto de Santos. Mas, não é só este o cenário. A cidade portuária é o cenário para a circulação das lendas dos 13 contos que estão no livro e que passeiam por lugares como a Santa Casa de Misericórdia, Paquetá e o Teatro Brás Cubas, além de trazer lendas mais contemporâneas e nacionais, como a da inesquecível Loira de Banheiro.

O lançamento é a porta para a ‘hora morta’, quando o portal entre nosso mundo e o sobrenatural se abre e acessamos os mundos de anjos, demônios, espíritos e lendas e o livro é o convite para entrar nesse universo e conhecer um tanto dessas histórias.

Sobre as autoras:

Vanessa Ratton é jornalista, mestre em Comunicação pela PUC-SP, escritora e poeta. Santista, filha de artistas de teatro,  escreve desde os 14 anos para crianças, com pseudônimo Tatá Bloom. Integra o movimento nacional Mulherio das Letras, desde 2017, sendo uma das articuladoras e organizadoras das coletâneas do grupo.    Em 2018 esteve na Alemanha para lançar a Coletânea Mulherio pela Paz, a convite da Associação Mulheres pela Paz. É autora de “O ratinho que não gostava de queijo” ,2017, Ed. Amare; “Uma menina detetive e a máfia italiana”, 2018, Ed. Trejuli; “Nos mares do mundo” ,2019, Ed. Madrepérola. E “Quando a Lua é Cheia”, 2021, Ed. Pantograf.

 

Maria Valéria Rezende também nasceu em Santos, em 1942, onde viveu até aos 18 anos. Mudou-se no início dos anos 1970 para o sertão de Pernambuco e, desde 1976, vive na Paraíba, tendo já recebido o título de cidadã paraibana. Graduou-se em Língua e Literatura Francesa pela Universidade de Nancy (França) e em Pedagogia pela PUC-SP. Mestra em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba, atuou em diferentes regiões do país, em programas de formação de educadores. É uma das idealizadoras do Movimento Mulherio das Letras. Escreve ficção, poesia e é também tradutora. Ganhou o Prêmio Jabuti, em 2009, na categoria Literatura Infantil com No risco do caracol e, em 2013, na categoria Juvenil, com Ouro dentro da cabeça. Em 2015, foi a vencedora do Prêmio nas categorias romance e Livro do Ano de Ficção, com “Quarenta dias”. Em janeiro de 2017, recebeu o Prémio Casa de las Américas pelo livro Outros Cantos, e, pelo mesmo romance, ganhou o Prêmio São Paulo de Literatura e o terceiro lugar no Prêmio Jabuti em novembro de 2017. Em 2020 foi finalista do Prêmio Jabuti com o romance “Carta a Rainha Louca”, que venceu em terceiro lugar o Prêmio Oceanos.

Mais informações sobre o livro e compras podem ser feitos no site  https://editoraflorearlivros.lojaintegrada.com.br/encontros-a-hora-morta

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