Machista, endividado, depressivo e mesmo assim, vaidoso. Quem é o homem brasileiro atualmente?

Quem é, afinal, o homem brasileiro do nosso tempo? A Revista GQ Brasil se propôs a responder essa pergunta com embasamento científico. Para isso, encomendou ao Instituto Ideia uma pesquisa inédita e exclusiva, de dimensão nacional, que revela o que pensa o homem brasileiro médio em temas fundamentais.

O levantamento se utilizou da mesma dimensão e rigor científico que o instituto aplica a pesquisas eleitorais e de mercado para entender as preferências, opiniões e emoções dos homens brasileiros sobre sexo, machismo, moda, dinheiro e outros temas.

Apesar de parecer desconstruído com a quebra de alguns tabus – como aceitar ganhar menos que a parceira (86%), dizer que lidaria bem com um filho homossexual (55%) – os homens brasileiros continuam conservadores.

Só um terço (34%) diz apoiar o feminismo, rejeitado por outros 44%, com 23% que responderam “não sei”.

O homem médio no Brasil ainda é, em sua maioria, a favor da criminalização do aborto, resposta de 58% dos entrevistados. E, acredite, para 44% dos homens entrevistados a virgindade da mulher antes do casamento ainda é algo importante.

A pesquisa escancara o óbvio (nenhuma novidade para as mulheres) com dados inéditos: o brasileiro (médio) é machista“, afirma Mauricio Moura, presidente do Instituto Ideia, em artigo exclusivo à GQ Brasil.

A pesquisa ainda demonstrou um dado inesperado: o homem jovem, dos 18 aos 24 anos, é o mais conservador, o que menos apoia o feminismo, o que mais cobra a virgindade da mulher e o que mais deseja, por exemplo, possuir uma arma de fogo.

O homem brasileiro jovem ainda é o que menos se interessa por sexo (físico). A pesquisa questionou aos homens brasileiros qual era a nota, de 0 a 10, para a importância do sexo em suas vidas.

Eles são o menor número entre os que dão a essa questão uma nota 10 (32,5%, ante 44,8% registrados na média da população masculina), uma nota 9 (7,2%, ante 10,4%) ou uma nota 8 (9,9%, ante 13,7%).

E são o grupo mais numeroso na nota 0 (6,7%, contra 2,2%) e na nota 1 (3,6%, versus 1%). Em contrapartida, jovens são os campeões no envio de nudes. São 49,5%, enquanto a média dos homens é de 39,3%.

O levantamento mostra um homem com problemas. Endividado (70%), abaixo das suas expectativas profissionais (60%), estressado (83%), ansioso (74%) e com sintomas graves de saúde mental, como depressão (34%) e pânico (26%).

Paradoxalmente, é um homem que cuida pouco da própria saúde, seja ela física (44% não praticam exercícios) e principalmente a saúde mental, com apenas 16% dizendo que já fez terapia.

“Na perspectiva da busca pela saúde plena talvez esteja a maior batalha entre a ambição aspiracional e a dura realidade emocional”, avalia Mauricio Moura, que ressalta outro ponto, o olhar generoso dos homens consigo mesmos.

Nove a cada dez homens se consideram bonitos (47%) ou ao menos medianos (44%). Apenas 3% dos homens se consideram feios, o que contrasta com a cena clássica da mulher lindíssima que se coloca uma longa lista de defeitos que muitas vezes só ela vê.

Uma conta que não fecha diz respeito à inteligência. Dois terços dos homens (65% do total) se consideram dentro da média das pessoas nesse quesito, mas o número de homens que se acham mais inteligentes (28%) é quatro vezes maior do que os que se acham menos inteligentes do que os outros ao seu redor (7%).

“São 7% os homens que se autointitulam o “homem mais admirado”. Sim, estes responderam espontaneamente “eu mesmo” como sendo ídolo máximo — uma versão macho alfa verde-amarela da cena da Branca de Neve em que a bruxa malvada pergunta ao espelho: “Espelho, espelho meu, existe alguém mais bonito (e mais admirável) do que eu?””, observa o economista e presidente do Instituto Ideia.

com informações da Revista QG

 

Ouça mais sobre o assunto no podcast Paraíba Feminina

 

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