A doutora tá extouradaaaa

Olá todes que são leitores do @paraibafeminina, é com muito prazer que me junto a esse time forte e incansável na luta em prol das mulheres e do feminismo!

A defesa do procurador Demétrius Oliveira de Macedo, aquele que agrediu a colega de trabalho com socos, chutes e cotoveladas no interior de São Paulo, filmado e assistido pelo país inteiro, alegou na última segunda-feira (26) que o seu cliente teve um episódio de “privação da razão durante um surto psicótico” e por isso cometeu atos de violência contra a colega durante “delírio persecutório” e que o mesmo estava “fragilizado por pressões naturais do cargo e pela animosidade que sentida no trabalho”.

Será?

Agora estresse de trabalho justifica agressão contra mulher? Será que se ela fosse um homem, ele a teria agredido e ofendido verbalmente, já que o problema seria “apenas” o estresse? Será que o estresse que ele sentia, e que motivou tudo isso, é maior do que o estresse que o restante do Brasil vem passando nos últimos anos quando a média salarial de um procurador é de aproximadamente 10.000 reais e a grande maioria da população brasileira vive com um salário-mínimo? Se ele estava tão estressado, por que não estava afastado e devidamente acompanhado por psiquiatras e profissionais qualificados para lidarem com esse transtorno de saúde mental? Será que delírio era o que ele estava vivendo constantemente enquanto defendia um presidente que chama mulheres de fraquejadas, acha que mulher pode merecer ser estuprada e vem a cada dia que passa reafirmando uma postura social de posse das mulheres pelos homens?

Acho que o delírio não foi o que aconteceu no momento da violência. Delírio é o que ele e todos os outros eleitores de Bolsonaro vivem, um grande delírio de escrotidão masculina, uma ilusão de superioridade que os permite achar que somos suas posses. Não somos posse de homem nenhum! Somos donas dos nossos corpos e mesmo com todas as tragédias recentes para as mulheres, nós seguiremos unidas, firmes e fortes na luta para sermos quem somos, donas dos nossos corpos, das nossas vidas, da nossa sanidade, do nosso dinheiro, da nossa inteligência. Mulheres, não percam a fé! Feministas (homens, mulheres, não binaries e quem mais quiser se unir a nós) se acheguem, essa luta é nossa, a gente pode cair e chorar pelas pedras no caminho, mas estamos juntas e unidas, nos reerguendo. Ninguém solta a mão de ninguém.

 

FORA BOLSONARO E TODOS OS MACHISTAS!

 

Meu texto de estreia vai ter uma paródia porque deboche é comigo mesma.

Ah e vai ter dancinha sim!!!!

 

Paródia – Bipolar

Vai se tratar, garoto (e aê, 180!)
1-8-0, hey!

Minha vida não tem preço, é isso que eu prezo
Eu não posso ser morta, por isso que eu berro

Na hora da treta, ele é todo macho
Na hora da algema, é um doente frágil

Tá saindo fora (saindo fora)
Será que é bipolar demais?
Me xinga todo off

Quebra a minha cara e depois vai se fazer de dodoi vai?

Vai se tratar, garoto, sai da minha rota

Me agride e depois chora? Deixa de história

Se tava doente fosse se tratar

Traz um divã pra ele

Que agora chora chora choraaaaaa

Vai se tratar, garoto, sai da minha rota,

Senta gostosinho e depõe tuas estórias

O que tu fez é crime, se arrepender não cola

E Agora senta e implora implora imploraaaa

 

Vai se tratar, garoto

Sai da minha cola

Depois que bate chora  

Trabalha comigo e se acha o foda

Cadê a brabeza agora, agora, agoraaaaaa?

 

Vai se tratar, garoto

Sai da minha rota

Agredir mulher é crime

Desculpa não resolve

Teu lugar é na DP

Me bateu vai pagar!

Agora senta e chora, chora, choraaaaa

 

Entendeu ou não entendeu?

A doutora ta extourada

Obs:

Essa paródia não tem a intenção de ofender pessoas com doenças psiquiátricas, saúde mental é coisa séria, procure um médico psiquiatra e ou um psicólogo!

A palavra garoto está sendo usada ironicamente, a paródia se refere a um homem adulto totalmente capaz de responder por suas atitudes.

O número 180 é o da Central de Atendimento à Mulher, canal de denúncias contra violência doméstica e acolhimento das vítimas no Brasil.

 

Priscila Werton @priscilawerton é médica, feminista e defensora do SUS

 

 

 

 

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