Do total de empreendedores no Brasil, cerca de 50 milhões, 57% é formado por mulheres. Apesar de estarem à frente no empreendedorismo, quando se fala de startups, os números são bem diferentes.
De acordo com dados do estudo “Female Founders Report 2021”, promovido pela B2Mamy Distrito e Endeavor, apenas 4,7% das startups foram fundadas exclusivamente por mulheres, enquanto mais de 90% dos negócios possuem somente homens nos seus quadros de fundação.
Pensando nessa disparidade e nos obstáculos que as mulheres enfrentam quando decidem empreender, a empresária Marcela Fuijy e seu marido Christian Fujiy, fundaram a Be.Labs, primeira aceleradora de empresas exclusiva para mulheres do Nordeste e que completa quatro anos com mais de mil empreendedoras.
Marcela Fuijy, que morou 12 na Suécia, um dos países mais igualitários do mundo, trouxe para o Brasil, além do desejo de empreender, a necessidade de agir com o objetivo de ajudar mulheres a ter sua própria renda e numa escala mais positiva, sair de um possível ciclo de dependência financeira e violências.
Com a Be.Labs, Marcela criou uma metodologia autoral, batizada de Efeito Furacão, que consiste numa trilha de 10 semanas de duração, com um total de 18 horas de aulas ao vivo e duas ou quatro horas de mentoria, que vão desde estabelecimento de propósitos, planos de negócios, marketing digital, até o jurídico. “O método é muito focado no acolhimento, temos não apenas o ferramental do empreendedorismo, mas também pontos como empatia e sororidade, vieses inconscientes e preconceitos, que são pontos imprescindíveis para que a mulher tenha sucesso no seu empreendimento”, conta.
E por que o foco nas mulheres? Marcela conta que entende a necessidade de um recorte de gênero. “A realidade que eu tinha dentro da minha do meu lar, da minha casa não era a mesma realidade de muitas mulheres ao meu redor. Muito se olha pra tecnologia, mas eu costumo dizer que nenhuma tecnologia vai ser suficiente enquanto a gente não olhar pra coletividade”.
Paulista de nascimento, mas sendo criada na Paraíba, Marcela decidiu concentrar seus esforços no Nordeste quando voltou ao Brasil com sua família. “Hoje atuamos em sete estados, atingindo mulheres em lugares que eu nunca pensei que eu fosse estar”.
A aceleradora já auxiliou mulheres do cariri paraibano às comunidade de marisqueiras na região litorânea. “É incrível ver a transformação nessas comunidades, sendo puxadas por mulheres!”
Marcela Fuijy encerra afirmando que nenhuma tecnologia vai ser suficiente enquanto não se olhar para coletividade.
Para 2022, os planos são expandir ainda mais a aceleradora pelo Nordeste. O objetivo é alcançar a marca de 5 mil mulheres por meio da democratização da metodologia para impactar mais mulheres, principalmente as que estão em situação de vulnerabilidade.
Para saber mais, o instagram é @be.labs e o site, https://belabs.org/.