Edição da Sambada do Coco de Oxum traz Pandeiro do Mestre (PE) para se apresentar em João Pessoa

O show do Coco de Toré Pandeiro do Mestre, de Pernambuco, vai compor a  V edição da Sambada do Coco de Oxum que acontecerá nesta sexta (12). O evento, que acontece em meses alternados na Vila do Porto, é organizado pelo grupo musical Coco de Oxum com o objetivo de realizar uma festa à ancestralidade a partir da valorização da cultura popular nordestina.

Nesta V edição, os caminhos da sambada serão abertos pelo Coco de Toré Pandeiro do Mestre se apresentando na cidade de João Pessoa.  Para firmar a sambada, Coco de Oxum seguirá com um show que contará com a participação especial de Presto do Coco, juremeiro e cantador no grupo Seu Zé quer Coco(PB).

“Para nós que fazemos o Coco de Oxum, trazer o Coco de Toré Pandeiro do Mestre está sendo o marco de um grande passo no desempenho das nossas atividades. A produção é desafiadora, mas com tantos aprendizados e aberturas que nos fazem sentir firmes diante da nossa caminhada. É a realização de um sonho!”, afirmou Laíz de Oyá, multiartista , compositora e produtora da Sambada do Coco de Oxum. 

Coco de Toré Pandeiro do Mestre retorna à Paraíba para iniciar a comemoração de 22 anos de existência

No próximo dia 25 de Agosto o Coco de Toré Pandeiro do Mestre completará 22 anos de existência e essa volta a Paraíba a convite do Coco de Oxum marca o início das comemorações oficiais.

O Coco de Toré Pandeiro do Mestre estará comemorando no dia 25 de agosto 22 anos de vivência e expressividade no Coco de Toré, gênero da tradição cultural afro-ameríndia, sendo referência para música brasileira raiz. O Pandeiro do Mestre traz influências da musicalidade dos mestiços do sertão, do agreste e da zona da mata, redimensionando a música da religiosidade do Toré e representando com grande empatia um público que aprecia a tradição poética-musical. 

“Em agosto de 2000 nasceu dentro da banda Chão e Chinelo o embrião do grupo que batizamos posteriormente com o nome de COCO DE TORÉ PANDEIRO DO MESTRE. Esteve presente desde o início de nossas atividades , a proposta de realizar um trabalho de 

composições autorais , inspiradas principalmente nos cantos e nos bailados dos diversos  rituais do TORÉ, antigo sistema de crenças e práticas secretas de culto aos seres encantados, culto ainda hoje vivo e pulsante entre os indígenas do nordeste brasileiro.”

 O termo “Coco de Toré” já era utilizado no século lX por seus praticantes indígenas de todo o nordeste e na década de trinta do século XX foi registrado pela equipe da Missão de Pesquisas Folclóricas idealizada pelo então secretário de cultura do estado de São Paulo  Mário de Andrade , comandada no campo pelo Prof. Luís Saia e pela pesquisadora Oneyda  Alvarenga , entre os indígenas Potiguara , da Baía da Traição e de Mamanguape , ambas localidades do litoral paraibano. 

Importante por representar um momento de retomada da criação e renovação autoral e não de apenas mera repetição de antigas formas e fórmulas já consagradas pela tradição , o grupo cada dia mais consolida sua personalidade artística e é reconhecido por público e crítica por uma música que é sua impressão digital intransferível.

A Sambada das mestra e mestres da cultura popular nordestina

Com o objetivo de reverenciar o coco de roda mestres e mestras da cultura popular, a Sambada já homenageou e trouxe para o palco da Vila do Porto nomes como o da Mestra Odete de Pillar (PB), Mestra Penha Cirandeira (PB), Mestra Vó Mera e Suas Netinhas (PB) e Mestra Ana Rodrigues do Coco de Roda Novo Quilombo (PB). 

A Sambada do Coco de Oxum é uma festa preta idealizada por Laiz de Oya e realizada pelo grupo musical contemporâneo Coco de Oxum. 

Além disso, o show do Coco de Oxum sempre traz convidados especiais que fazem parte da cena cultural de João Pessoa.  Já encantaram o palco da sambada os artistas Victorama, Elon Damaceno, Filosofino, Lau Capyn, Katê Tigre, Tarcísio Pereira, Mãe Renilda, Endiasy Potiguara e Rhudá. 

“A Sambada é toda a diversidade preta da Paraíba celebrando o coco de roda e nossos mestres e mestras da cultura popular. E agora, no dia 12 de agosto, vamos ampliar ainda mais, trazendo  coco de Toré de artistas pernambucanos.” Afirmou Mari Miguel, multiartista e integrante do grupo Coco de Oxum. 

A V edição a Sambada do Coco de Oxum acontecerá com apoio do  @cherimbomcomidasregionais, @papoulaveg, @sorvetessertao, @raman.massoterapia, @barracuda.headshop, @cotitassalgados, @tpmtodasparaomar e @nucleomarcellograssmann.

Coco de Oxum: Braços de um rio para saudar a ancestralidade e o poder feminino

 O grupo musical da Cultura Popular, Coco de Oxum, canta a ancestralidade e o poder feminino por meio da brincadeira do coco de roda,  que se mantém vivo na resistência de mestras e mestres da cultura popular, mas também do redimensionamento de ritmos tradicionais. Nas letras cantadas no coco, Coco de Oxum traz nas letras as vivências de amor, resistência e espiritualidade em canções autorais e releituras de referências do coco raiz. 

 O grupo musical Coco de Oxum é formado na Paraíba por mulheres artistas que são “forças das águas” de diferentes nascentes e que se juntam para continuar e ecoar a voz da grande mãe de todo o som, Oxum. São elas:

 Laiz de Oya, artista multidisciplinar e professora formada em Teatro pela UFPB, é a idealizadora do grupo Coco de Oxum e produtora da Sambada. Com o trabalho no seu projeto de música autoral, ela foi finalista no IV Festival de Música da Paraíba com a canção “Terra dos Acais”, em 2021. Multifacetada, também atuou em filmes paraibanos, além de desenvolver trabalhos performáticos.

Mari Miguel, natural de São Paulo, encontrou no Coco de Roda e na Paraíba uma nova faceta para a sua carreira como multiartista e produtora cultural. Especialista em Gestão Pública e graduada pelo Programa Integrado de Serviço Social, ela estuda e traz em suas intervenções artísticas uma perspectiva da cultura afro diaspórica desde 2010.  Também é idealizadora da Rádio 69 69 ÉFEÉM, festa preta de João Pessoa.

Dani Baldissera, nascida no interior do Paraná, é cantora, violonista e percussionista autodidata. Em sua musicalidade traz referências de psicologia, música e musicoterapia, além do conhecimento adquirido quando teve contato com cerimônias indígenas dos povos Huni Kuin e YawNawa. Também desenvolve um trabalho com os povos Guaranis na Associação  de Cooperação Técnica para o Desenvolvimento Humano- Outro Olhar. 

Beth Santos, pernambucana que vive na Paraíba há mais de dez anos, é doula e possui uma vivência entre grupos da cultura afro-brasileira do Recife, entre eles, o grupo Viramundo e Afoxé Guian Alamoxé Orum. Desenvolveu, também, trabalhos com o grupo Rua Paralela de teatro físico durante dois anos. 

 

com informações da assessoria

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