Campina Grande: um dos mandantes do assassinato de Margarida Maria Alves vira nome de rua

By 23 de agosto de 2022agosto 25th, 2022Justiça, Paraiba

De acordo com o Projeto de Lei 183/2022, fica denominado José Buarque Gusmão (Dr. Zito Buarque) uma das novas ruas de Campina Grande.

De autoria do vereador bolsonarista Waldeny Santana, do União Brasil, o projeto, que é um escárnio à memória da ativista e um acinte à Paraíba e ao Brasil foi aprovado por 15 votos à 1. O único voto contrário partiu da vereadora Jô Oliveira (PC do B).

Margarida Maria Alves foi assassinada em 12 de agosto de 1983. O principal acusado é Agnaldo Veloso Borges, então proprietário da usina de açúcar local, a Usina Tanques, e seu genro, José Buarque de Gusmão Neto, mais conhecido como Zito Buarque. Seu sogro era o líder do Chamado Grupo da Várzea, composto por 60 fazendeiros, três deputados e 50 prefeitos. Um pistoleiro de aluguel, num Opala vermelho, disparou um tiro de escopeta calibre 12 no rosto de Margarida, quando ela estava na frente de sua casa. Seu filho e seu marido viram tudo. Foram acusados pelo crime o soldado da PM Betâneo Carneiro dos Santos, os irmãos pistoleiros Amauri José do Rego e Amaro José do Rego e Biu Genésio, motorista do Opala. Mais tarde, ele foi assassinado, como “queima de arquivo”.

Em 2001, o Ministério Público da Paraíba entrou com um pedido de apelação para um novo julgamento contra Zito Buarque. Em junho do mesmo ano, Zito havia sido absolvido do julgamento, com a alegação de não ter participado da ação como mandante.

“Contra esta decisão, marcada por gritante injustiça, em tempestivo apelo se insurgiu o Ministério Público”, diz o trecho inicial do documento.

Leia aqui o documento na íntegra: Apelação-ao-MPPB-2001

Zito Buarque era empresário e faleceu em 2019 em São Paulo, aos 70 anos, enquanto fazia um tratamento contra o câncer.

 

Taty Valéria

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