Artigo: ELEIÇÕES 2022: Manifesto Feminista Contemporâneo

By 28 de setembro de 2022Colunistas

Por Priscila Werton

 

Estamos às vésperas da eleição mais importante de nossas vidas. A eleição em que colocaremos um fim ao genocídio ocorrido durante a pandemia, afastaremos os xenofobia, racismo, lgbtqiap+fobia, machismo e misoginia do nosso país. O movimento feminista é grande aliado nessa luta.

 

A Bell Hooks, em seu livro “O Feminismo é Para Todo Mundo”, coloca que ao longo da jornada das mulheres em busca de igualdade socioeconômica, muitas delas se aproveitaram de falas feministas deturpadas para alcançar mobilidade social sem entender direito o que estavam fazendo, e eu não as culpo. Mulheres que viveram uma vida inteira subordinadas a casamentos infelizes e lares opressores usaram o artifício que tinham para fugir disso, mesmo que, muitas vezes, esse artifício fosse perpetuar o próprio patriarcado que as sufocava. Assim o movimento feminista se perdeu, com a ajuda da igreja católica foi demonizado, deturpado e hostilizado até por mulheres.

O passado não tem como ser mudado, mas o que nós podemos fazer daqui pra frente? Escrevi esse texto porque PRECISAMOS falar sobre o feminismo, o movimento não pode se perder em distorções, precisamos cada dia mais de informação sobre o feminismo sendo passada adiante para homens, mulheres, pessoas não binárias e, principalmente, para as crianças que vão reescrever esse passado.

Voltemos ao básico:

O que é o feminismo?

Gosto muito da definição da Bell Hooks sobre o feminismo ser um movimento antissexista. Um movimento que desfaz a ideia de inferioridade de gêneros e que retira a predeterminação de ações e funções para um gênero, o conhecido menina veste rosa e menino veste azul.

O que é o machismo?

O machismo não é o oposto do feminismo. Poderia ser considerado o oposto do femismo, determina um orgulho excessivo da masculinidade, superioridade masculina. Na minha visão o machismo reflete, na verdade, a masculinidade frágil do homem, mas eles não estão prontos para essa conversa.

O que é misoginia?

Repulsa, desprezo ou ódio contra as mulheres. Forma de aversão à mulher centrada em uma visão sexista, que coloca a mulher em uma relação de subalternidade em relação ao homem. O desprezo ou ódio dirigido às mulheres está diretamente relacionado com a violência que é praticada contra a mulher. Mais uma face da masculinidade frágil, só que aqui matando mulheres.

O que é o patriarcado?

O patriarcado é um sistema social baseado em uma cultura, estruturas e relações que favorecem os homens, em especial o homem branco, cisgênero e heterossexual.

O que é ser uma mulher cis?

Mulher cis é a mulher que nasce geneticamente com sexo feminino e se identifica como mulher.

O que é ser uma mulher não cis?

Qualquer indivíduo que se identifica como mulher mesmo não sendo geneticamente do sexo feminino, sendo ou não submetida às cirurgias de redesignação de genitália e afirmação de gênero (como silicone, rinoplastia, lipoaspiração e outras).

O que é ser mulher, a vagina define a mulher?

Não. Ter uma vagina não faz de uma pessoa uma mulher, assim como o fato de não a ter não faz de uma pessoa menos mulher.

Existem pessoas que possuem vaginas e são homens. Pessoas com vaginas que não se identificam nem como homem nem como mulher ou com os dois ao mesmo tempo.

Existem mulheres cis que não possuem ovário, útero ou vagina. Mulher cis sem vagina? Sim. Em casos de agenesia de genitália (quando a pessoa nasce sem o órgão genital) ou quando por algum motivo, geralmente oncológico, mas pode ser um trauma ou outro, é necessário realizar a amputação da vagina ou ainda quando uma mulher nasce com genitália ambígua (uma mistura de ambos os órgãos genitais). Então uma pessoa pode ser geneticamente mulher, se reconhecer como mulher, mas sem vagina.

Existem mulheres com pênis, inclusive pode acontecer de uma mulher cis desenvolver um pênis por receber estímulos hormonais durante a infância como em uma condição chamada de hiperplasia adrenal congênita.

O ser mulher é uma identidade muito mais ideológica, psicológica, filosófica e espiritual. Tem muito menos relação com órgãos genitais, com genética ou sistema reprodutor.

Feministas odeiam homens?

Não. Entre outras coisas que as feministas defendem, defendemos o direito de fazer sexo sem sermos julgadas e, como não somos um movimento lésbico, estamos lutando para poder fazer sexo com homens também, logo gostamos deles, e muito! Vejam que estamos reunidas em um movimento que luta para que tenhamos o direito de fazer sexo com homens sem sermos julgadas, então dá para perceber que, para algumas de nós, se relacionar com homens é uma coisa muito desejada.

Feminista quer ser igual a homem?

NÃO!!! O Feminismo não é sobre o homem, nem ódio ao homem. O feminismo é um movimento que visa condições de equidade na existência entre homens e mulheres e isso não beneficia só mulheres e eu vou mostrar para vocês porque todos devemos ser feministas.

As feministas defendem o feminino, o feminino é algo sagrado, belo, mas não deve ser usado para satisfação do patriarcado. As manifestações do feminino devem atender às mulheres e como elas se sentem confortáveis para manifestá-lo. O feminismo protege o feminino.

Feminista se depila?

Sim. O feminismo defende que a mulher tenha liberdade para escolher como cuidar do seu corpo, não consigo pensar em uma coisa que seja mais feminista do que o autocuidado. Se quer depilar, depila. Se não quer, não depila. A questão é o poder de escolha! Vai vir gente dizer que ninguém está obrigando a mulher a se depilar, mas estão sim. A mídia o tempo inteiro mostra a mulher como bonita quando depilada, ninguém fala sobre pelos femininos e quando fala é visto como falta de cuidado, de higiene… e não tem nada a ver com higiene. Ninguém deve impor à mulher como devem ser seus pelos, sua barriga, seus seios, seu prazer… a expressão do feminino é sobre autonomia.

Sobre como todos os corpos podem ser lindos, sobre como a identidade feminina é linda para mulheres cis e não cis, e é sobre o estereótipo masculino. Se uma mulher quiser se vestir “como homem” tá tudo bem também. Então a mulher que não se depila, que não alisa o cabelo, que não pinta seus brancos não é uma mulher desleixada, ela é apenas uma mulher que entendeu que pode expressar sua feminilidade da forma que a convém. O feminismo é feminino e o feminino deve ser livre.

Vamos falar da legalização do aborto. Vocês acham que feministas defendem o aborto?

Falo com toda a certeza do mundo: NÃO. Nenhuma feminista defende o aborto. O aborto é um procedimento invasivo que traz riscos à vida da mulher, causa danos físicos e psicológicos, implica um período de recuperação, então tudo que uma feminista não quer é que uma mulher passe por isso. Então sobre o quê as feministas falam? As feministas falam sobre a LEGALIZAÇÃO do aborto. Lembram do “posso não concordar com uma só palavra do que você diz, mas defenderei até o fim o seu direito de dizê-la?” É exatamente isso que as defendemos quando falamos da legalização do aborto.

O aborto não é nunca será usado como método contraceptivo, como algumas pessoas pensam. Aborto é uma coisa séria e perigosa, ninguém vai fazer sexo pensando “ah, se eu engravidar, faço um aborto”, definitivamente não funciona assim. Nesse texto eu não vou entrar na seara religiosa do aborto enquanto uma questão de assassinato ou não do feto, na minha opinião não é, mas não é o foco desse texto. Irei falar da legalização do aborto enquanto questão de saúde pública, como benefício para a mulher e para o Estado. Percebam que em nenhum momento eu vou defender o aborto, irei defender a sua legalização. Mesmo que eu não ache que o aborto é um assassinato do feto e que eu defenda sua legalização, eu sou contra o aborto. Todo mundo é contra. Ninguém acha bom abortar, ninguém acha fácil, ou bonito, ou banaliza o aborto. Aborto é uma coisa dolorosa e invasiva em vários aspectos e eu não o defendo, mas apoio totalmente uma mulher que tome a decisão de fazê-lo (não estou falando que, como médica, eu faria um aborto em uma paciente que me pedisse, aqui me posiciono enquanto mulher, até porque nesse assunto estão envolvidas questões legais muito sérias). No Brasil, as mulheres pobres, principalmente as negras, marginalizadas pelo governo, pela sociedade e pelas outras mulheres, porque mulher não apoia mulher graças às distorções do feminismo que vêm se espalhando no mundo, iniciam suas vidas sexuais sem acesso à educação sexual (não só as mulheres, mas aqui falaremos sobre elas).

Sem saber como se proteger efetivamente de doenças e da gravidez indesejada, acompanhadas por parceiros que sabem menos ainda, elas iniciam suas jornadas sexuais vivendo perigosamente. Não porque gostam, ninguém gosta de viver correndo risco de pegar uma infecção sexualmente transmissível, o “abriu as pernas porque quis” não faz o menor sentido. A mulher abriu a perna porque quis? Sim (estupros à parte), mas quem não quer? Por acaso os homens estão escolhendo o celibato? Que eu saiba os homens estão fazendo sexo livremente sem serem minimamente julgados. Então sim, a mulher tem o direito de fazer sexo também! Sexo é necessidade fisiológica (para algumas pessoas pode não ser, mas para a grande maioria da população é), é tipo dormir. A solução para as gestações indesejadas não é a abstinência. Alguém aí topa ficar sem dormir para ser mais produtivo e melhorar a economia do país? Pois é. Nesse cenário, o principal motivo que leva mulheres a abortar é a falta de informação. Some a isso a quantidade de papais que abandonam seus filhos ainda dentro da barriga de suas mães e teremos a situação atual:

Em 2019 o SUS registrou 195 mil internações por aborto, uma média de 535 por dia. A cada 100 só 1 é por causa prevista em lei, os outros foram espontâneos ou por causa indeterminadas (subnotificação por ser tema tabu e criminalizado). A cada 10 mortes por aborto, 6 foram de mulheres negras, nos últimos 10 anos.

No Brasil, uma mulher morre a cada dois dias por aborto inseguro. Duas mil mulheres morreram nos últimos 10 anos por abortos inseguros. (Fonte: DataSUS/Ministério da Saúde).

Segundo a OMS, um total de 73,3 milhões de abortos seguros e inseguros ocorreram no mundo anualmente entre 2015 e 2019 e na América Latina, três em cada quatro abortos são feitos de forma insegura.

O aborto pode ser seguro?

Pode. Se feito em ambiente hospitalar com auxílio do médico especialista pode ter os riscos diminuídos. O fato de o aborto ser crime resolveu o problema da falta de educação sexual para os jovens e do alto índice de abandono parental no país? Não, então as mulheres não vão deixar de abortar porque é ilegal. Mas quando ele é feito de forma caseira das maneiras mais esdrúxulas imagináveis, o desfecho geralmente é um só: morte materna por complicações (sangramento, infecções…). Do mesmo criador de “colocar jornal na vagina para se proteger da pobreza menstrual”, temos o “colocar todo tipo de material na vagina pra encerrar essa gestação indesejada”: o desespero.

Imagine que você é uma mulher preta favelada e ganha um salário-mínimo para sustentar uma família de 5 pessoas morando em um quartinho em condições sub-humanas. Daí você fica grávida porque fez sexo. SEXO, necessidade fisiológica, não há a opção de não fazer sexo. O pai da criança abandona você e o bebê, mas dele ninguém fala. Você teria esse filho? Sabendo do grande risco que tem de você e ele morrerem de fome? Pois é, é para proteger essa mulher que o feminismo defende a legalização do aborto. Ah, mas aí o ideal seria a educação sexual, correto? Seria sim, mas quanto tempo vamos demorar até que todos os jovens do país tenham acesso a essa educação? Até lá todas as mulheres pobres não instruídas vão ficar vulneráveis? Não dá para esperar, né? E mesmo que todos fossem instruídas ainda assim a legalização do aborto deveria acontecer. Até quando vamos negar direitos humanos às populações periféricas? Sem educação, sem saúde, sem segurança só resta a morte.

Mas e como legalizar o aborto beneficia o estado, beneficia você que não tem nada a ver com a vida da mulher pobre preta periférica?

Lidar com as consequências de um aborto clandestino é caríssimo para o SUS. Essas mulheres facilmente precisam de cuidados intensivos, internação, antibioticoterapia, procedimento cirúrgico… e tudo isso quem está pagando é o SUS, é você com o seu imposto. Então eu estou te dizendo que você deve ser a favor da legalização do aborto para que o SUS tenha suas verbas mais bem empregadas e que o dinheiro do seu imposto não seja “desperdiçado” em situações trágicas evitáveis, e assim ajudar a salvar milhares de vidas. Se você não está preocupado em salvar a vida dessas mulheres, se preocupe com o seu dinheiro do seu imposto então.

Mas o feminismo não é um movimento só de mulheres.

Se o feminismo fosse só sobre garantir direitos para mulheres, só por isso já merecia a simpatia dos homens, mas vamos falar de outros aspectos. A equidade social entre os sexos beneficia também os homens. Vamos discutir exemplos de como o feminismo beneficia homens. Na sociedade patriarcal em que vivemos os homens são educados a reprimir seus sentimentos, dessa forma não desenvolvendo-os, não aprendendo a expressá-los. O homem deve sempre ser forte. Será?

O “homem não chora” faz bem pros homens?

Não faz. Não explorar seus sentimentos, não desenvolver a inteligência emocional traz danos graves ao homem. Muito comumente homens desenvolvem depressão que não é diagnosticada que se manifesta como alcoolismo e agressividade. Já viram um homem alcoólatra que batia na família? Longe de mim defender violência, mas isso pode ser um sintoma de depressão. Quantos homens a gente conhece que “descontam” seus problemas em álcool? A saúde mental do homem está absurdamente danificada pela ideia patriarcal de que homem tem que ser forte. E o feminismo entra aí em defesa deles! Dessa falta de desenvolvimento emocional que a sociedade machista corrobora também surgiu a pérola “ele é só um menino”, dita para pessoas que se identificam como homens e que possuem idade suficiente para responder pelas suas atitudes, a imaturidade emocional de homens adultos é um problema.

Com o feminismo os homens podem entender que devem expor suas emoções, que podem chorar, que podem ser frágeis e que está tudo bem.

Você sabia que a licença paternidade foi uma conquista do movimento feminista? O feminismo é um movimento para homens também.

Uma confusão comum que acontece é que algumas pessoas que desconhecem sobre o feminismo acham que “tudo bem ser feminista, mas não precisa exagerar”. Algo do que eu falei até agora parece exagero? Respeito, equidade e liberdade são exagero? Eu não acho. Existe uma coisa chamada femismo. O femismo nada tem a ver com o feminismo, e ele sim prega superioridade do gênero feminino e alguns confundem, mas olha só, femismo não fala de equidade nem de respeito, logo é um movimento completamente à parte. Então vamos concordar que o feminismo não é um exagero. Não existe feminista radical, existe femista. Feminista não acredita em superioridade de gênero, então não existe feminista que acha que mulher é superior a homem, ok?

O feminismo é uma vertente do respeito, não deve ser um assunto tabu. Feminismo é união de pessoas para uma convivência mais justa e pacífica. E eu não acredito que haja motivos para alguém ser contra isso.

O feminismo não deveria ser um movimento feminino, se trata de uma busca por equidade social de gênero, beneficia homens e mulheres, então os homens precisam engajar nessa causa tanto quanto as mulheres, até porque o machismo é um problema causado por homens (que alienam mulheres a reproduzirem discursos machistas e acaba que também temos mulheres machistas). Então os homens deveriam estar muito mais empenhados em resolver o machismo do que nós, mulheres.

O que podemos fazer pelo feminismo paraibano? Não basta votar em mulheres, temos que votar em mulheres que defendem a causa feminista!

Sendo assim, se você vota na Paraíba e está interessado em uma Paraíba menos machista, com maior representatividade feminina em espaços de destaque na política e com as causas feministas ouvidas e solucionadas, aqui vão minhas indicações de voto para a eleição de 2022:

Senado:

Pollyanna 400

Candidata que veio do sertão da Paraíba e que possui uma trajetória política de rompimento com o machismo desbravando ambientes políticos antes exclusivamente masculinos. Empoderou mulheres para que conquistassem sua independência financeira com parcerias com o governo federal (à época Lula) e com o Sebrae, proporcionando a maior devolução dos cartões do Bolsa Família do Brasil, durante sua gestão como prefeita de Pombal. Na Assembleia Legislativa pôs fim a necessidade de autorização de maridos para que as paraibanas coloquem DIU, além de ter sido autora de projetos de Lei voltados para a mulher como o que prioriza mulheres vítimas de violência em programas habitacionais, o que instituiu o Programa Estadual de Dignidade Menstrual na Paraíba, a Política Estadual de Prevenção de Mortalidade Materna e propôs audiências públicas para debater violência obstétrica.

Pollyanna é ficha limpa e pelo fim do machismo estrutural paraibano o voto nela é certeiro.

Deputada Federal:

Sandra Marrocos 4000

Mais de 20 anos de militância política no Estado da Paraíba voltada para a defesa da dignidade e direitos humanos de homens e mulheres, assim como das populações negra, lgbtqiap+, de moradores de rua, de artistas populares e de pessoas com deficiência. Coordenou a ONG feminista Centro Acorda Mulher em Bayeux e hoje atua como voluntária na ONG Centro da Mulher 8 de Março, onde desenvolve trabalhos com grávidas no enfrentamento da violência obstétrica e na humanização da via de parto.

Vereadora de João Pessoa por 03 mandatos, aprovou a Lei Marielle Franco que determina que todas as escolas do município de João Pessoa, públicas e privadas, deverão ensinar noções básicas da Lei Maria da Penha impulsionando a reflexão crítica da comunidade sobre o combate a violência contra a mulher.

Estela Bezerra 1313

Mulher negra, Feminista e ativista dos Direitos Humanos, jornalista por formação pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), atualmente deputada estadual da Paraíba, em seu segundo mandato e Pré-candidata a deputada federal, pelo Partido dos Trabalhadores – PT.

O seu encontro com o Feminismo, berço de sua formação política e cidadã, se deu ainda na Universidade enquanto estudante de jornalismo, onde realizou diversas produções audiovisuais, com temáticas relativas à condição das mulheres. Foi integrante da Cunhã – Coletivo Feminista, reconhecida pela atuação na defesa da igualdade, com foco na saúde, direitos reprodutivos e sexuais e justiça social como bases à elevação da cidadania das mulheres, no enfrentamento da violência e da pobreza. Na Cunhã, Estela estruturou ações, desenvolvendo pesquisas, materiais pedagógicos, audiovisuais e campanhas, contribuindo assim para produção, visibilidade e memória de narrativas feministas e na construção política de um cotidiano com melhores condições de vida para as mulheres.

Deputada Estadual:

Aqui vou indicar duas opções:

Márcia Lucena 13300

Na prefeitura do Conde, Implantou a Coordenadoria de Mulheres; a Casa de Maria, local de formação e acolhimento de mulheres com especialistas como médicas e advogadas. Antes de Márcia o Conde era a 4ª cidade de seu porte mais violenta contra a mulher do país, Márcia tirou o Conde do mapa da violência. Implantou o programa Vem Mulher para discutir liderança e política na comunidade. O projeto Tu vens de apoio às mulheres grávidas, a Escuta Feminina como ação de ouvidoria Municipal. Garantiu vaga para as mulheres em concursos municipais.

Jô Oliveira 65000

Mulher negra filha de trabalhadora doméstica e fruto de movimentos sociais. É natural de Campina Grande. Assistente social e mestra em serviço social. Primeira vereadora preta de Campina Grande. Morando a vida toda em Campina como eu morei e conhecendo o conservadorismo de Campina Grande, ainda que na minha bolha privilegiada, já a admiro enormemente por ter sobrevivido nesse meio.  Autora de projeto de Lei para a criação do Programa Municipal de Enfrentamento à Pobreza Menstrual que aguarda sanção do prefeito Bruno Cunha Lima desde 2021.

Feminista e antirracista.

Se eleita será a Primeira mulher preta na ALPB em pleno 2022, estamos atrasados quantos anos?

Governador

João Azevedo 40

Como disse, o movimento feminista não deve ser apenas de mulheres.

Aqui temos um candidato homem que que defende pautas feministas como:

Criação do Programa Integrado Patrulha Maria da Penha que hoje chega em 100 municípios, premiado pelo Fórum Nacional de Segurança como um dos melhores programas na área de proteção a mulher. Criou o Centro de Referência Intermunicipal de Atendimento as Mulheres do Cariri. Disponibilizou Abrigo Provisório para mulheres em situação de violência doméstica e familiar durante a pandemia. Criou mecanismo para renovação das medidas protetivas de urgência para mulheres em situação de violência doméstica durante o isolamento da COVID-19. Criou e Implantou o Protocolo de Feminicídio para investigar, processar e julgar os crimes contra mulheres na Paraíba. Implantou a Casa de Acolhimento Provisório no município de Sousa para atender o sertão da Paraíba. Para as mulheres do sistema prisional: disponibilizou 200 bolsas de estudo e ampliou o Programa Empreender para egressas.

Adjany 50

É a opção utópica, no momento precisamos de estratégia no voto. Então manifesto toda minha admiração pelo trabalho dela, mas nessa eleição meu voto é de João, nas próximas vamos defender uma governança feminina feminista para esse Estado.

Presidente LULA 13

Lula, é claro. Apesar de termos opções femininas nessa eleição, aqui não se trata apenas de estratégia de voto, mas sim de votar em mulheres que defendem pautas feministas. Infelizmente nenhuma das candidatas são feministas ou defendem a causa das mulheres. Minha candidata dos sonhos é Manuela d`Ávila, aguardo por ela. Enquanto isso é LULA LULA LULA LULA LULA.

 

BOA ELEIÇÃO A TODES! DIAS MULHERES VIRÃO!

 

@priscilawerton é médica, feminista e defensora do SUS

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