Um fato lamentável ocorrido na manhã desta quinta-feira (29) nas dependências da Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa, é um retrato do estado de nervos e de descontrole que tomou conta do processo eleitoral nesses últimos dias que antecedem o pleito. Quatro estudantes da UFPB, todas mulheres, foram abordadas de forma agressiva por um assessor especial da Universidade, conhecido como Oriel Farias, que se declara bolsonarista.
De acordo com uma das estudantes, que preferiu não se identificar, o grupo de 4 meninas foi até o Comitê Central do PT, que fica próximo ao Campus, onde adquiriram material de campanha do partido. “Resolvemos voltar pra casa por dentro da UFPB por uma questão de segurança, por medo de assalto”. Quando estavam próximas ao prédio da Reitoria, foram abordadas por Oriel.
“Nós explicamos que não estávamos fazendo campanha, nem panfletagem. Estávamos sim com bonés e camisas, mas seguindo nosso caminho. Ele ainda chamou mais 3 seguranças, de moto, que nos cercaram e ficaram ameaçando de chamar o TRE”.
Mesmo que o grupo estivesse fazendo panfletagem, o que não era o caso, não seria proibido por lei.
A aluna ainda reafirmou que o servidor já é conhecido na UFPB pelo descontrole e que também se gaba de andar armado. “No momento da abordagem, não deu pra saber se ele estava armado“, esclareceu.
Desde que Valdiney Veloso, que ficou em terceiro lugar na consulta pública realizada em 2020, assumiu a reitoria da UFPB, o espaço acadêmico vem atravessando um período de obscurantismo.
Segue a nota, na íntegra, da Universidade Federal da Paraíba:
É importante ressaltar o ato ilegal praticado pelas pessoas que estavam fazendo divulgação política dentro da Universidade. A propósito, toda e qualquer propaganda eleitoral dentro do campus da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) é proibida pela Lei 9.504 (Lei das Eleições); o Estatuto da Universidade, em seu Art. 101, também proíbe expressamente “qualquer manifestação de caráter político-partidário”.
Apesar da nota da UFPB reafirmar que proíbe expressamente “qualquer manifestação de caráter político-partidário”, o servidor em questão se orgulha de ter a foto do presidente em sua sala de trabalho.
Taty Valéria
Leia mais: