Fórum Brasileiro de Segurança Pública: Paraíba registrou 34 feminicídios em 2023

O Brasil registrou 1.463 casos de mulheres que foram vítimas de feminicídio no ano passado – ou seja, cerca de 1 caso a cada 6 horas. Esse é o maior número registrado desde que a lei contra feminicídio foi criada, em 2015. Na Paraíba, o aumento foi de 30,8%, em relação ao ano passado, com 34 feminicídios registrados em 2023, contra 26 em 2022.

Em todo o país, o número é 1,6% maior que 2022, segundo o relatório publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) nesta quinta-feira (7). A pesquisa apontou que 18 estados apresentaram uma taxa de feminicídio acima da média nacional, de 1,4 mortes para cada 100 mil mulheres.

Empatados em segundo lugar, os estados mais violentos para mulheres foram Acre, Rondônia e Tocantins, com taxa de 2,4 mortes por 100 mil. Na terceira posição aparece o Distrito Federal, cuja taxa foi de 2,3 por 100 mil mulheres, no ano passado.

Já as menores taxas de feminicídio foram registradas nos estados do Ceará (0,9 por 100 mil), São Paulo (1,0 por 100 mil) e Amapá (1,1 por 100 mil).

Porém, a pesquisa ressalta que no Ceará é preciso fazer uma ressalva. “Desde a tipificação da lei [em 2015], a Polícia Civil do Ceará tem reconhecido um número muito baixo de feminicídios quando comparado com o total de homicídios de mulheres ocorridos no estado, o que nos leva a crer que estamos diante de uma expressiva subnotificação”, apontou o Fórum.

Em uma análise regional, os estados que compõem o Centro-oeste apresentam a taxa mais elevada de feminicídios nos dois últimos anos, chegando a 2,0 mortes por 100 mil, 43% superior à média nacional. A segunda região mais violenta para as mulheres foi o Norte, com taxa de 1,6 por 100 mil mulheres. As regiões sudeste, nordeste e sul registraram taxa de feminicídio abaixo da média nacional com, respectivamente, 1,2, 1,4 e 1,5 por 100 mil.

Ainda de acordo com o relatório, os dados aqui apresentados apontam para o contínuo crescimento da violência baseada em gênero no Brasil, do qual o indicador de feminicídio é a evidência mais cabal. “Apesar do enfrentamento à violência contra a mulher ter sido um tema importante na campanha de 2022, nem todos os governadores têm dado a atenção necessária ao tema.”

Acesse o relatório completo

 

Leia mais:

A violência contra mulheres passa por uma mudança cultural e estrutural; e nenhum governo dará conta disso sozinho

Leave a Reply

%d blogueiros gostam disto: