Médico paraibano vira réu por violência doméstica contra a ex-mulher; agressões foram registradas em vídeos

A Justiça da Paraíba recebeu a denúncia contra o médico paraibano Kauê Queiroz de Seabra por violência doméstica contra a médica Mikaella Lacerda, que na época das agressões era sua esposa. Imagens de câmera de segurança registraram agressões em 2021, 2022 e 2023, no apartamento em que eles moravam, no bairro de Manaíra, em João Pessoa. O ato que tornou Kauê Seabra em réu se tornou público nesta quarta-feira (15).

A denúncia apresentada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) leva em conta o último caso. O órgão narra que o réu chegou em casa embriagado e portando várias latas de cerveja, no dia 31 de agosto de 2023. O médico iniciou uma discussão com a vítima e fez ofensas graves a ela.

Mikaella Lacerda tentou se retirar para descansar, mas o homem começou a agredir a médica com empurrões, solavancos e apertos em seus braços. Ela conseguiu escapar e se refugiou no quarto junto ao filho, de apenas cinco anos, que presenciou as agressões.

O réu também tentou destruir as provas das agressões apagando filmagens das câmeras de segurança. Ao ser impedido, voltou a empurrar e agredir fisicamente a vítima, machucando a médica com lesões provocadas pelo impacto contra a quina de uma porta.

A reportagem do g1 entrou em contato com a defesa do médico, mas não recebeu retorno até a última atualização desta matéria.

A defesa de Kauê Seabra disse que a denúncia contra o médico é infundada e que vai provar isso no decorrer do processo.

Relembre o caso

O processo contra o médico foi aberto após Mikaella Lacerda prestar um boletim de ocorrência, no dia 1º de setembro de 2023. O g1 teve acesso em dezembro a imagens registradas em 2021, 2022 e 2023, que mostram as cenas de agressão, que aconteciam no apartamento em que eles moravam.

No total foram três vídeos, que constam nos autos do processo. Em um deles, de 2022, o médico aparece cuspindo no rosto da vítima, após uma discussão, no quarto do casal. No segundo vídeo, gravado no mesmo quarto, em 2021, ele aparece com uma arma e atirando pela janela do apartamento. Já o terceiro foi registrado no dia 31 de agosto de 2023. O casal aparece discutindo na cozinha e, em seguida, o suspeito aparece empurrando a vítima.

Os gritos de socorro feitos pela vítima na madrugada do dia 1º de setembro foram ouvidos por vizinhos, tanto do mesmo andar quanto de andares superiores do condomínio. O g1 teve acesso ao termo de depoimento de um destes vizinhos, que relatou o que ouviu na madrugada.

No documento, o vizinho relata que, por volta das 1h30, ouviu gritos de socorro. Ele foi até a janela, abriu, e conseguiu identificar que vinham do apartamento onde a vítima morava. Segundo o morador, que reside no edifício desde 2021, as brigas no apartamento de Kauê e da vítima eram recorrentes.

Ele também relatou que dias após o caso conversou com a síndica do condomínio e que ela relatou que também ouviu os pedidos de socorro e a discussão, que também foi confirmada por outros moradores.

Médico é investigado por agressões contra outro médico

O médico paraibano Kauê Queiroz de Seabra também responde a um processo na justiça paraibana por lesão corporal. O caso foi registrado em 19 de junho de 2023 no Hospital Municipal Padre Alfredo Barbosa, em Cabedelo, município da Grande João Pessoa, e Kauê é acusado de agredir um outro médico por causa de ciúmes.

De acordo com as investigações, Kauê desferiu um murro e aplicou um mata-leão num médico que trabalha no hospital de Cabedelo. As agressões teriam acontecido dentro da unidade hospitalar.

Kauê teria encontrado no celular da então esposa, que também é médica, diálogos dela com um colega de trabalho. As mensagens, segundo reproduções que constam na investigação, seriam todas de ordem profissional, mas ainda assim Kauê resolveu ligar para o médico, insinuando um suposto relacionamento entre ambos.

O médico que recebeu a ligação, então, teria chamado Kauê de “louco” e depois pedido respeito, lembrando que ele também era casado e que jamais teria desrespeitado ninguém. Depois disso, Kauê foi até o hospital, procurou o médico, encontrou-o numa sala de repouso para médicos, e o agrediu.

 

com informações do g1/PB

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