Acontece neste domingo, a final do torneio de tênis de Roland Garros 2024. O espanhol Carlos Alcaraz e o alemão Alexander Zverev duelam na decisão do segundo Grand Slam da temporada, em busca do título inédito no saibro francês.
Carlos Alcaraz é o número dois do mundo. Já Alexander Zverev, venceu a semifinal de virada. Aos 27 anos, o alemão busca seu primeiro título de Grand Slam na carreira e vem embalado por um sequência de 12 vitórias seguidas, além do título do Masters 1000 de Roma. Para quem acompanha o esporte, são grandes feitos. Mas Alexander traz outros elementos em sua trajetória, e isso explica o motivo do Paraíba Feminina publicar algo relativo ao tênis e ao torneio de Roland Garros.
Na última segunda-feira (3), o tenista Alexander Zverev chegou a um acordo com a Justiça para arquivar o caso de agressão contra a ex-namorada Brenda Patea. O atleta pagou 200 mil euros (cerca de R$ 1,1 milhão) para finalizar as investigações. Brenda, que é mãe da filha de Zverev, afirma ter sido empurrada contra uma parede e asfixiada pelo tenista em 2020. Ela reclamou de fortes dores e dificuldade para respirar. Em outubro de 2023, o tenista foi condenado pela justiça alemã a pagar uma multa de 450 mil euros por conta das agressões, mas seus advogados recorreram. No final de maio deste ano, um tribunal em Berlim começou a ouvir o recurso apresentado por Alexander Zverev, que nesta data, já estava competindo no Roland Garros.
A Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) decidiu que o alemão não enfrentaria qualquer tipo de ação disciplinar depois que sua própria investigação, que durou 15 meses, não encontrou evidências suficientes para fundamentar as alegações de Patea. Aqui vale um adendo: essa não foi a primeira acusação de violência doméstica contra Alexander Zverev.
Em 2020, a ex-tenista Olga Sharypova foi à imprensa russa relatar as agressões que teria sofrido do namorado durante o relacionamento dos dois entre 2018 e 2019. Segundo a russa, um dos casos teria ocorrido na cidade de Nova York por conta de um atraso de Sharypova. O relato de Olga Sharypova para o site russo Championat foi detalhado e com declarações fortes.
“Fui passear com uma amiga em Nova York e chegamos um pouco atrasadas. Ele ficou muito furioso por causa disso e discutimos. As nossas discussões nunca tinham razão. Nesse dia ele tentou me estrangular com uma almofada, torceu meus braços. Tentei fugir da sala várias vezes, mas ele não me deixou”.
Sharypova afirmou que conseguiu se desvencilhar do namorado e ligou para um amigo ajudá-la. Ela também alegou que Zverev jogou suas roupas para o lado de fora do quarto de hotel, deixando-as no corredor. A russa afirmou que os dois se reconciliaram no momento, mas romperam o relacionamento pouco tempo depois, em outubro de 2019. “Não foi a primeira vez que ele levantou a mão para mim. Aconteceu muitas vezes, mas eu sempre me culpava pelas coisas que aconteciam”, contou.
À época, a imprensa tentou atribuir as acusações de Sharypova a um “ciúme” pelo fato de Zverev ter anunciado que estava em um novo relacionamento, e que seria pai. Não ironicamente, o novo relacionamento era com Brenda Patea. Aqui poderia abrir um parêntese para a falta de empatia com mulheres que denunciam violências e são acusadas de ciúme, ou busca pela fama, mas vou deixar para um outro momento.
Outra situação que demonstra a falta de controle de Zverev, aconteceu em 2022, quando o tenista foi expulso do ATP de Acapulco após bater a raquete repetidamente na cadeira do árbitro. O alemão se irritou após a derrota nas duplas – que disputava ao lado do brasileiro Marcelo Melo. Como punição, ficou de fora da disputa de simples, em que estava classificado para as oitavas de final. (veja o vídeo ao final do texto).
Quando lembramos de atletas que cometeram crimes de gênero, os jogadores de futebol são os mais lembrados, mas eles não estão sozinhos. Em 2023, o tenista brasileiro Thiago Wild, prometeu comparecer à Justiça do Rio de Janeiro para “tomar ciência do processo criminal iniciado pelo Ministério Público”, que corria desde 2021. A ex companheira afirmou que sofreu violência física e psicológica por parte de Wild.
A polícia do Rio de Janeiro começou a investigar o caso e, em outubro de 2021, ele foi indiciado pela delegada Giselle do Espírito Santo. O inquérito criminal foi enviado para a 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Violência Doméstica de Jacarepaguá, no Rio. O Ministério Público apresentou a denúncia em abril do ano passado. O processo, porém, está parado desde o ano passado, uma vez que o Judiciário ainda não conseguiu localizar o atleta. Três tentativas para localizar o atleta foram feitas. O inquérito segue em tramitação.
O ponto central desse texto é trazer à tona o pacto que protege e sempre protegeu os homens. Falamos agora sobre esportes, mas esse pacto abrange todas as esferas, todas as instâncias de poder, todos os círculos sociais e familiares, todas as profissões. E sim, é muito cansativo viver numa sociedade assim.
Taty Valéria, com informações da Carta Capital, Globo Esporte e CNN
*Em caso de denúncia de violência doméstica, ligue para um 180. Esse é um serviço de utilidade pública para o enfrentamento à violência doméstica. Além de receber denúncias de violações contra as mulheres, a central encaminha o conteúdo dos relatos aos órgãos competentes e monitora o andamento dos processos. A central também tem a atribuição de orientar mulheres em situação de violência, direcionando-as para os serviços especializados da rede de atendimento.
Em caso de urgência e flagrante, ligue 190!