Precisamos falar do ‘apagão de dados’ que existe no Brasil sobre a violência contra a população LGBTQ+

By 6 de junho de 2019Fora do Armário

Não existe dados estatísticos no Brasil que demonstre o grandioso número de casos de violência contra a população LGBTQ+. A constatação é da pesquisa que o  Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) divulgada ontem e que mostra números alarmantes sobre a violência no país.

Pela primeira vez o Ipea incluiu no atlas a violência contra a população de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e intersexuais. A avaliação é de que a situação tem se agravado e que a população sofre de invisibilidade na produção oficial de dados e estatísticas. Para o estudo, foram usados dados das denúncias registradas no Disque 100 e de registros administrativos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde. Como se sabe, é uma porcentagem mínima de pessoas agredidas que formalizam denúncia, por isso a amostragem não reflete nem de longe a realidade.

O número de homicídios denunciados ao Disque 100 subiu de 5 em 2011 para 193 em 2017. Já as lesões corporais aumentaram de 318 em 2016 para 423 em 2017, passando por um pico de 783 casos em 2012.

Para o Ipea, o aumento não se deve apenas à maior divulgação do Disque 100, porque não foi verificado comportamento semelhante nos dados de outras minorias que buscaram o serviço, como idosos, moradores de em situação de rua e crianças e adolescentes.

Já os dados do Ministério da Saúde apontam que entre 2015 e 2016 aumentou o número de episódios de violência física, psicológica, tortura e outras violências contra bissexuais e homossexuais, sendo a maioria das vítimas solteiras e do sexo feminino. Já em relação aos autores das violências, 70% eram do sexo masculino. Ao todo, foram notificadas 5.930 situações de violência contra a população LGBTQ+.

Da Redação, com a Agência Brasil

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