Copa do Mundo: Tamires é a única mãe da seleção, parou de jogar 2 vezes e hoje vive auge

By 12 de junho de 2019Brasil, Lute como uma garota
arquivo pessoal



Quando Tamires Cassia começou a jogar bola na rua durante a infância com o irmão e os amigos, ela não poderia sonhar que um dia seria jogadora de futebol. Só pelos comentários que ouvia na vizinhança de “menina-macho” e afins, já imaginava que não poderia haver futuro para uma mulher com a bola no pé. 

Mas aos 11 anos, assistindo à televisão, viu uma seleção brasileira de mulheres jogando e ali soube o que queria ser quando crescesse: atleta. Morava em Caeté, a 50 km de Belo Horizonte, mas ainda na adolescência se mudou para São Paulo com uma tia para tentar a vida no futebol. Com 15 para 16 anos, foi para o Juventus e estreou no profissional cheia de sonhos pela frente. Só que aos 21 anos, tudo mudou: Tamires namorava César, também jogador do clube, e os dois descobriram que seriam país dali alguns meses.

“Quando eu descobri (que estava grávida), eu tinha 21 anos, não era tão nova, mas como eu era atleta, essa é a fase que você está começando a ganhar experiência. Para mim, foi um baque muito grande. Era uma responsabilidade enorme. Eu pensei que futebol tinha acabado pra mim ali”, disse Tamires.

“Ouvia as pessoas falando: você não tem juízo, seu sonho acabou. O que você vai fazer da vida. As pessoas se afastaram de mim também, parecia que eu já não servia mais. Mas eu tive suporte da família, foi isso que me deu energia pra continuar lutando, porque a vida não acabou”, afirmou.

Hoje, ela está na França, disputando pela segunda vez uma Copa do Mundo, como titular da lateral esquerda do Brasil. A única atleta-mãe da seleção brasileira que está por lá. Mas para chegar nisso, teve um longo caminho pela frente.

Pausa no sonho 

Tamires não conseguiu se separar totalmente dessa paixão. Ela apenas seguiu, cuidou da gravidez e não se separou da atividade física. Enquanto o marido jogava, ela foi cuidando de Bernardo e procurando times de futsal para matar a saudade.

“Em toda a cidade que ele ia jogar, eu procurava um time pra me manter na ativa”, contou.

Até que em 2010, ela recebeu um convite para retornar ao futebol. O técnico do Atlético-MG estava montando um time feminino e a convidou para voltar a jogar. A família a apoiou e lá se foi Tamires de volta para os gramados.

De início, a primeira dificuldade foi o fôlego. “Voltei e não conseguia correr 30 minutos seguidos”, contou. Mas ela estava determinada a conseguir jogar bola outra vez, então seguiu com os treinamentos intensos e voltou ao alto nível. Aí o problema que pegou foi a distância.

“É um sentimento que não consigo descrever, hoje eu me sinto muito mais forte como mulher, profissional de enfrentar as dificuldades que a vida traz. No momento que descobri que eu estava grávida foi difícil, mas hoje eu diria é a coisa mais maravilhosa que aconteceu na minha vida. Eu chegar do treino ver ele abrindo a porta com sorriso e me dando abraço, não tem coisa mais gratificante. É um presente.”

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